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terça-feira, 21 de abril de 2020

Da imperícia à negligência


     A atual situação pela qual o mundo passa oferece uma oportunidade de analisarmos com melhor precisão a importância da valorização de métodos científicos.
     Ao se espalhar de Wuhan para o resto do globo, o já conhecido covid-19 se mostrava um patógeno de fácil alastramento, mas seus efeitos em grande escala e demais questões acerca ainda eram incertas. Passados cerca de 5 meses do primeiro caso datado em 1 de dezembro de 2019, nos encontramos em estado quarentena total em todo o mundo devido ao grande poder de transmissão do vírus, somado à negligência governamental de vários chefes de Estado. É claro que não se pode culpabilizar totalmente estes, que têm em suas mãos um assunto de extrema delicadeza, considerando a insuficiência de informações presentes há algumas semanas (senão até hoje).
    Contudo, as instituição de um estado pandêmico pela OMS, somada a várias declarações de profissionais e especialistas foram claros sinais aos governantes de que o Coronavírus é muito mais do que uma simples gripe. A esse ponto, ignorar a obrigação de isolamento passava de imperícia para negligência. O que se prova ao serem analisados países que tiveram diferentes diretrizes a partir do mesmo problema. Tomemos como exemplo Itália e Nova Zelândia.
  Um dos primeiros países contaminados pela doença, a Itália planejou, em meados de fevereiro, medidas para a diminuição do alarmismo causado principalmente pela mídia, o que demonstrava clara desatenção aos reais riscos da chegada desse infortuno visitante viral. Atualmente o país é o segundo em que mais morrem pessoas devido a isso, atrás apenas dos Estados Unidos – que proporcionalmente ainda tem menor número de casos fatais do que os italianos.
  Enquanto isso, a Nova Zelândia tem sido identificada em manchetes que exemplificam eficiência e prudência no enfrentamento desse contratempo. A rigidez no cumprimento do estado de quarentena, a cuidadosa seleção de visitantes estrangeiros e o fechamento de TODOS os serviços não essenciais garante aos neozelandeses a taxa de contágio 0.02%, tendo pouco mais de 1.000 casos confirmados e menos de 20 mortes.
   A manifestações dos agentes de saúde e demais profissionais infectologistas foram, e continuam sendo as mais confiáveis fontes de informação e auxílio para ações tomadas para o atual problema enfrentado pelo mundo todo. Não há espaço para especulações e achismos baratos, como já foi provado pela falha da Itália e o sucesso da Nova Zelândia.


Gabriel Nogueira - noturno

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