A
comunidade Pinheirinho localizada na cidade de São José dos Campos era o lar de
cerca de 1600 famílias, que sem ter para onde ir se instalaram em um terreno abandonado
que pertencia à Massa Falida da empresa Selecta, que por sua vez pertencia ao
empresário Naji Nahas.
Nahas
é conhecido por ser um especulador financeiro fraudulento e o responsável pela
quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro em 1989. A Massa Falida entrou com
uma ação judicial para reintegração de posse do terreno em questão, o processo levou
anos e nesse período os moradores do Pinheirinho se instalaram , fizeram casas,
se organizaram e construíram laços.
Após
várias reviravoltas a Juíza Márcia Faria, decidiu a favor da Massa Falida e em
uma ação violenta da polícia os moradores foram expulsos, transformando o
Pinheirinho, um bairro humilde de trabalhadores, em um cenário de guerra.
Bombas de efeito moral foram utilizadas, pessoas foram empacadas, famílias
foram separadas e as casas foram demolidas com grande parte dos pertences dos
moradores dentro.
Analisando
esses acontecimentos a luz dos pensamentos hegelianos e marxista, podemos
entender a crítica de Marx ao pensamento hegeliano. Para Marx o Direito é uma
forma de dominação burguesa, que busca legitimar o seu poder e manter a classe
oprimida sob controle, para Hegel o Direito materializado nas normas,
representa síntese do desenvolvimento
humano, uma vontade geral devendo portanto ser rigidamente aplicada. Neste caso
vemos que os Magistrados agiram de acordo com o pensamento hegeliano, aplicando
as normas com rigor sem se preocupar com os outro direitos e colocando o
direito a propriedade( direito da classe dominante) acima do direito a moradia
e a dignidade humana( direitos da classe oprimida), legitimando assim o poder
da burguesia, como criticava Marx. Mesmo o direito a moradia e o direito a propriedade sendo equivalentes segundo a Constituição Federal.
Encerro
o texto com uma charge que expressa essa situação.
Nome: Juliane P. Motinho
Direito - Noturno
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