O filme Ponto de
Mutação narra um debate entre 3
personagens: Sonia Hoffman, uma física desmotivada com seu
trabalho; Jack Edwards, um político recém derrotado nas eleições para
presidente dos Estados Unidos; Thomas Harriman, poeta que está enfrentado
uma decepção amorosa. Durante o debate, assuntos como política, filosofia,
música e até mesmo física quântica são discutidos. Entretanto, o foco principal
da discussão é o embate sobre como o pensamento Newton-Cartesiano não corresponde
mais como método de se estudar a sociedade contemporânea e seus problemas e
dificuldades.
Como diz Descartes, "O corpo humano não passa de uma máquina". Essa visão de o
mundo como um mecanismo, ou como mostrado no filme, um relógio, defende a teoria
de que para se analisar ou solucionar um problema é preciso, apenas, retirar
essa peça e substitui-la por outra em melhor estado. Bacon defendia algo
parecido, na sua teoria a natureza deveria ser estudada por meio de inúmeras experiências,
sendo “torturada” até revelar seus “segredos”. Tais teorias são vistas como o
motivo da má situação em que a humanidade se encontrava durante o contexto do filme, e que se prolonga até hoje. Na opinião da “física”, é
preciso uma mudança de percepção de como o mundo funciona, é preciso parar de
se considerar que cada ato político, econômico, cultural e social que ocorre em
um determinado país é motivado e ocorre isoladamente de outras partes do mundo.
"Somos todos partes de
uma teia inseparável de relações”. Essa frase sintetiza a teoria defendida por Sonia Hoffman, a teoria dos sistemas vivos. Nela é defendida a ideia de que tudo e
todos estão conectados com o planeta. Não é possível concertar uma peça isoladamente,
pois essa faz parte de toda crise e, portanto, mesmo concertada quebrará eventualmente, como o mecanismo de um relógio. Como exemplo, temos a
evolução no tratamento medicinal. Apesar de um avanço, seria melhor investir em uma melhor
alimentação, como sugerido no filme, que, por sua vez, demandaria um maior
cuidado com o meio ambiente para que em vez de tratar a doença fosse possível preveni-la.
Portanto, o
sistema não encoraja a prevenção, apenas a intervenção. Não devemos procurar
meios de nos adaptar aos problemas surgidos no nosso tempo. Devemos inovar.
Mudar nossa perspectiva e visão de mundo para que seja possível uma
interpretação da vida como algo mais complexo que uma simples máquina. É
preciso ver o mundo de uma maneira interligada e criativa, já que a vida e a matéria são apenas conjuntos de probabilidades de conexão.
Eric Felipe Sabadini Nakahara
1˚ ano - Direito (diurno)
Introdução a Sociologia - O Ponto de Mutação
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