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quarta-feira, 6 de maio de 2015

"A dinâmica evolutiva básica não é a adaptação, é a criatividade."

O filme Ponto de Mutação narra um debate entre 3 personagens: Sonia Hoffman, uma física desmotivada com seu trabalho; Jack Edwards, um político recém derrotado nas eleições para presidente dos Estados Unidos; Thomas Harriman, poeta que está enfrentado uma decepção amorosa. Durante o debate, assuntos como política, filosofia, música e até mesmo física quântica são discutidos. Entretanto, o foco principal da discussão é o embate sobre como o pensamento Newton-Cartesiano não corresponde mais como método de se estudar a sociedade contemporânea e seus problemas e dificuldades.

Como diz Descartes, "O corpo humano não passa de uma máquina". Essa visão de o mundo como um mecanismo, ou como mostrado no filme, um relógio, defende a teoria de que para se analisar ou solucionar um problema é preciso, apenas, retirar essa peça e substitui-la por outra em melhor estado. Bacon defendia algo parecido, na sua teoria a natureza deveria ser estudada por meio de inúmeras experiências, sendo “torturada” até revelar seus “segredos”. Tais teorias são vistas como o motivo da má situação em que a humanidade se encontrava durante o contexto do filme, e que se prolonga até hoje. Na opinião da “física”, é preciso uma mudança de percepção de como o mundo funciona, é preciso parar de se considerar que cada ato político, econômico, cultural e social que ocorre em um determinado país é motivado e ocorre isoladamente de outras partes do mundo.

  "Somos todos partes de uma teia inseparável de relações”. Essa frase sintetiza a teoria defendida por Sonia Hoffman, a teoria dos sistemas vivos. Nela é defendida a ideia de que tudo e todos estão conectados com o planeta. Não é possível concertar uma peça isoladamente, pois essa faz parte de toda crise e, portanto, mesmo concertada quebrará eventualmente, como o mecanismo de um relógio. Como exemplo, temos a evolução no tratamento medicinal. Apesar de um avanço,  seria melhor investir em uma melhor alimentação, como sugerido no filme, que, por sua vez, demandaria um maior cuidado com o meio ambiente para que em vez de tratar a doença fosse possível preveni-la.


   Portanto, o sistema não encoraja a prevenção, apenas a intervenção. Não devemos procurar meios de nos adaptar aos problemas surgidos no nosso tempo. Devemos inovar. Mudar nossa perspectiva e visão de mundo para que seja possível uma interpretação da vida como algo mais complexo que uma simples máquina. É preciso ver o mundo de uma maneira interligada e criativa, já que a vida e a matéria são apenas conjuntos de probabilidades de conexão.

Eric Felipe Sabadini Nakahara

1˚ ano - Direito (diurno)
Introdução a Sociologia - O Ponto de Mutação

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