No filme Ponto de Mutação, o político americano Jack Edwards,
candidato à presidência dos EUA, viaja ao encontro de seu amigo poeta e redator
de discursos Thomas Harriman, e assim partem para a ilha do castelo de Le Mont
Saint Michel, na França. La se deparam com a cientista Sonia Hoffman. Então, o
trio, político, poeta e cientista dão início a um longo diálogo acerca dos mais
variados pensamentos e maneiras de se enxergar o mundo e as relações que o
homem possui com as coisas da natureza ao seu redor.
É possível notar uma
constante contestação, um duelo interminável de argumentos, buscando uma
resposta para as inúmeras perguntas e questionamentos da vida. A crise de percepção
intrínseca na sociedade, a qual em sua maioria procura uma maneira mais
mecanicista de enxergar o mundo, como o proposto por Descartes, o qual propõe
que para chegar ao conhecimento verdadeiro devemos analisar por partes e não
pelo todo.
A cientista propõe um novo modo de ver o mundo, partindo do princípio
que tudo está conectado com a natureza, todas as coisas do mundo estão
interligadas, logo, devemos analisar as coisas como um todo, pois tudo que é
feito tem um efeito não somente como esperado, mas também um efeito secundário.
Como por exemplo, a produção de energia por uma usina nuclear, que por consequência
pode poluir a água do mar, que pode causar mal aos seres marítimos, afetando
nós humanos que nos alimentamos deles.
Além disso, podemos contestar Francis Bacon, que propunha a experiência
e uso da natureza para obtermos a verdade, colocando-a para trabalhar a nosso
favor, porém, de acordo com a cientista devemos perceber que a natureza não é
nossa escrava, mas que somos parte desta.
O político possui uma visão cética do mundo, analisando o
mundo e as coisas como elas são, procurando soluções práticas para todas as
ideias e desejos de um mundo ecologicamente correto e melhorado proposto pela
cientista, que analisa o mundo como ele deveria ser, apontando seus problemas,
porém sem uma resposta pronta, mas sempre procurando alcança-la.
Enfim, a conclusão a que este filme leva é que o mundo
necessita de um novo modo de analisar o mundo, não se apegando aos modos e
maneiras únicos e fixos que nos levam sempre ao mesmo ponto. Para chegar ao
verdadeiro ponto de mutação, não basta uma bela iniciativa política ecológica e
humanizada, mas uma iniciativa de toda parte, das grandes empresas, das grandes
universidades, enfim, todos devem estar dispostos à mudança, mesmo que para
isso seja necessário abandonar o interesse pessoal, para dar lugar a um
interesse global. Como mencionado no filme, essa é a política do impossível.
Gabriel Magalhães Lopes
1º ano Noturno
Filme: Ponto de Mutação
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