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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Percepção do outro


O enredo do filme "Ponto de mutação", obra baseada no best-seller de Fritjof Capra, parece simples ao primeiro olhar: uma conversa entre três personagens, o político frustrado com o sistema eleitoral americano, a cientista física decepcionada com o uso militar dado a sua pesquisa e o escritor que se sente em crise de meia idade. No entanto, questões muito profundas são debatidas por essas três personagens, mostrando como a humanidade tem seguido um rumo obscuro, desprovido de profundidade. 
O debate do filme inicia-se pela discussão do método mecanicista proposto pelo filósofo René Descartes, no qual cada fragmento do mundo deve ser estudada, analisada e compreendida separadamente, dando ênfase na parte para chegar ao entendimento do todo. Entretanto, a cientista argumenta contra essa visão de mundo, alegando que ela foi importante na época em que foi proposta, mas que se mostra ineficaz na atualidade. De modo que propõe assim a teoria dos sistemas vivos, onde todos os seres devem ser analisados como essenciais na sociedade e devem se sentir parte dessa. 

A questão debatida se mostra muito atual, visto que a organização social ocidental tem cada vez menos uma consciência de unidade, pois a preocupação principal é com o individual. Cada vez mais nos centramos em agradar nossos anseios, sanar nossos desejos, atingir nossos objetivos, realizar nossos sonhos, e nos dedicamos menos a auxiliar nossos semelhantes ou até mesmo a conviver com eles. Colocamos a nossa existência acima de qualquer relação ou comunicação que poderia ser efetivada, esquecendo-nos de que o verdadeiro conhecimento e entendimento da nossa natureza só pode ser atingido através do convívio, do debate e da troca de experiências. Quando nos colocamos acima dos outros, estamos apenas nos privando de conhecer outras visões de mundo, desmerecemos a formação da nossa própria sabedoria. Desse modo, precisamos repensar a sociedade e toda sua teia de relações.

Giovana Galvão Boesso- 1º ano, Direito diurno.

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