O filme O Ponto De Mutação(The Turning Point –Mindwalk-) é baseado no livro de mesmo nome de Fritjof Capra publicado em 1983. A obra narra a história do encontro de três pessoas, uma
cientista ,um poeta e um polítco,que discutem temas interessantíssimos e
altamente reflexivos em um castelo numa ilha francesa até serem impedidos de
continuar o diálogo pela subida da maré. No meu ponto de vista, esse pequeno
detalhe já possui um significado muito expressivo: remete-se ao tempo, à
velocidade da vida, dos negócios, dos compromissos que, agem como a maré, e
frustram momentos importantes para o homem, como o lazer, ou até mesmo uma atividade
intelectual, como no filme; o que colabora para gerar indivíduos competitivos,
sem senso crítico, estressados e doentes, mental e fisicamente.
Em outra passagem do filme, a cientista
critica Descartes no que tange à sua visão mecanicista, segundo a qual a
natureza deve ser analisada tendo como foco as partes a fim de formar o todo; o
que pode ser comparado às engrenagens de um relógio. A cientista,sugere,então,que
a natureza deve ser compreendida em sua totalidade, baseando nas relações
complexas e interligadas de tudo o que a compõe. Na minha análise, considero
que esse pensamento seria uma influência para o “desenvolvimento sustentável” em voga
nos dias atuais. Acredito que se as pessoas tivessem a consciência de que fazem
parte da natureza e que assim como precisam dela, ela também precisa de nós, de forma
que essa ligação é recíproca e vital, haveria
uma respeito maior ao meio ambiente e o aparente paradoxo entre
desenvolvimento econômico e preocupação ecológica seria resolvido. No entanto,
o mundo capitalista, pós-revolução industrial com sua visão individualista e egoísta,
está longe de atingir tal postura infelizmente.Hoje,adota-se a visão baconiana
de “saber é poder”,e isso resulta na dominação e posterior devastação dos
recursos naturais.
Nesse ínterim,retomando a ideia de
parte/todo, percebemos que na sociedade atual, as pessoas comportam-se como
partes individualizadas e independentes das outras. Nesse contexto, há a
pergunta crítica do filme “o homem é uma ilha?”. Lamentavelmente, no mundo
globalizado atual o homem comporta-se como uma ilha,o que acirra as disputas e
faz o altruísmo desaparecer.Em suma, se o homem perceber de que “não evoluímos
no planeta,mas com o planeta”, como propõe o filme, a consciência ecológica se
consolidaria e homem passaria,enfim,a viver em maior harmonia com seu semelhantes
e com o meio ambiente.No entanto,a pergunta que se faz é a seguinte:quando o homem atingirá esse ponto de mutação?
Direito Noturno-Victória Afonso Pastori
Primeiro ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário