Em Ponto de Mutação (filme de Bernt
Amadeus Capra- 1991), temos um intenso debate intelectual
entre uma cientista, um poeta e um político. Todos com problemas pessoais e em
crise existencial, passam divagar sobre nossa percepção do mundo e os atuais
problemas que o atingem.
A partir do ponto de vista da cientista, podemos perceber
como todos esses problemas são fortemente conectados e que para o sucesso de
qualquer solução, é necessário que ela englobe todos os problemas de uma só
vez. Contudo, como é possível encontrar tal solução se nem mesmo todos
conseguem compreender essa percepção e se disporem a agir a favor dela? É esse
o papel do político, mostrar que, para conseguirmos amenizar os problemas
globais, é extremamente necessário agir de forma a convencer toda população a
participar dessa missão.
Infelizmente, esse processo é de imensa complexidade. Como
alertar uma sociedade de, aproximadamente, 7 bilhões de habitantes de que para
tornar o mundo melhor, precisamos renovar nossa percepção dele? Como convence-la
de que o método cartesiano, pelo qual a maioria baseia suas ideias, não só está
ultrapassado, como também precisa ser urgentemente substituído? Como conseguir superar
a mentalidade capitalista, estruturada em ambição e individualismo, e agir em
pró de todos?
Pode parecer impossível, mas desistir só pioraria as coisas.
Acredito que esse seja o objetivo do filme; não só expor a ideia do autor (baseado
no livro de Fritjof Capra) sobre como é necessário mutarmos nossa percepção do
mundo, mas também nos fazer reconhecer que é preciso melhorar nossa postura
diante dos problemas que atormentam o planeta, e começar desde já.
Porém, recorro ao tão citado, no filme, Descartes, e assim
como ele, acredito que é preciso fragmentar um problema para encontrar sua
solução. É essencial encontramos um início para termos um fim, ou seja, para
resgatar o mundo da bola de neve que os problemas sócios ambientais estão se
tornando é preciso ter um ponto inicial, seja para agir, seja para focar.
Somente assim, podemos parar de buscar um mundo utópico e melhorarmos o real.
Isabela Gonçalves Alcântara- Diurno.
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