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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Relógio mecânico e antiquado

                A pormenorização do mundo, a partir da razão científica de Descartes,  foi de extrema importância para a Revolução Científica do século XVII. No entanto, ela hoje apresenta-se como um método antiquado para se transformar o mundo. Esta é a problemática tratada em “Ponto de Mutação”, filme baseado na obra homônima de Fritjof Capra, a partir do diálogo entre uma cientista, um poeta e um político.

                A cientista, Sônia, apresenta ao político e ao poeta o pensamento sistêmico, no qual o mundo se apresenta interligado, havendo relações de interdependência entre as partes. Assim, ao contrário de Descartes –que acredita no conhecimento prévio das partes para o conhecimento posterior do todo, a Teoria dos Sistemas visa o conhecimento do todo para que se possa analisar e transformar o mundo. Analogamente, faz-se necessário o entendimento de todos os problemas do globo e a compreensão das ligações entre eles, para posteriormente encontrar-se soluções.

                Frustado por perder as eleições presidenciais, o político, de pensamento reducionista-mecanicista, após muito discutir, se vê, assim como o público, levado por ao menos parte dos ideais da cientista. Neste momento há um interessante questionamento: como fazer com que toda a sociedade, em seu caso, os eleitores, compreendam esta forma de pensar? Afinal, após séculos de perpetuação, o pensamento cartesiano está impregnado nas mentes do povo.

                Mudar a maneira da sociedade ver o mundo. Esta vaga resposta dada pela cientista é o desfecho do debate entre os pensamentos sistêmico e reducionista. Ao incitar a necessidade e vontade de mudança no público, o diretor do longa-metragem, Bernt Amadeus Capra, tem como objetivo a reflexão dos indivíduos, que passam a buscar modos de transformar a visão do povo e, assim, colocar em prática as novas ideias apresentadas.

Letícia Solia
1º ano - Direito diurno

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