A
pormenorização do mundo, a partir da razão científica de Descartes, foi de extrema importância para a Revolução
Científica do século XVII. No entanto, ela hoje apresenta-se como um método
antiquado para se transformar o mundo. Esta é a problemática tratada em “Ponto
de Mutação”, filme baseado na obra homônima de Fritjof Capra, a partir do
diálogo entre uma cientista, um poeta e um político.
A
cientista, Sônia, apresenta ao político e ao poeta o pensamento sistêmico, no qual
o mundo se apresenta interligado, havendo
relações de interdependência entre as partes. Assim, ao contrário de Descartes
–que acredita no conhecimento prévio das partes para o conhecimento posterior
do todo, a Teoria dos Sistemas visa o conhecimento do todo para que se possa
analisar e transformar o mundo. Analogamente, faz-se necessário o entendimento
de todos os problemas do globo e a compreensão das ligações entre eles, para
posteriormente encontrar-se soluções.
Frustado
por perder as eleições presidenciais, o político, de pensamento
reducionista-mecanicista, após muito discutir, se vê, assim como o público,
levado por ao menos parte dos ideais da cientista. Neste momento há um
interessante questionamento: como fazer com que toda a sociedade, em seu caso,
os eleitores, compreendam esta forma de pensar? Afinal, após séculos de
perpetuação, o pensamento cartesiano está impregnado nas mentes do povo.
Mudar
a maneira da sociedade ver o mundo. Esta vaga resposta dada pela cientista é o
desfecho do debate entre os pensamentos sistêmico e reducionista. Ao incitar a
necessidade e vontade de mudança no público, o diretor do longa-metragem, Bernt Amadeus
Capra, tem como objetivo a reflexão dos
indivíduos, que passam a buscar modos de transformar a visão do povo e,
assim, colocar em prática as novas ideias apresentadas.
Letícia Solia
1º ano - Direito diurno
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