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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Olhos de ver, olhos de olhar, olhos de enxergar?

        A abordagem do filme “Ponto de Mutação”, do diretor Bernt Capra, pauta-se em uma das teorias propostas pela física (Sonia) que compreende em solucionar a crise que desencadeia todas as outras: a crise de percepção sofrida pelo homem moderno.                                                                                          A passagem de tempo é algo inexorável. Como já definia Heráclito em sua teoria do Devir: “o que é, enquanto é, não é, porque muda”. Nessa linha de raciocínio, quando chegam à ilha medieval francesa, o senador e possível candidato à presidência dos Estados Unidos, e seu amigo poeta se deparam com vestígios de tempos remotos. E ao encontrarem a cientista referida, passam a debater sobre temas que envolvem o homem em relação com o meio no qual habita. 
     Pode-se perceber, a partir das discussões presentes no filme, que a falta de percepção humana possibilita-se estar associada à transformação do tempo em algo mecânico. Assim, a vida passa a ser meramente vivida sem haver a emoção do existir. Com isso, os problemas como o desmatamento de florestas à proporções inimagináveis, a fome que se alastra de forma desastrosa, entre tantos outros que afetam o mundo todo, deixam de ser perceptíveis, mesmo que isso pareça impossível.
     Segundo o poeta inglês William Blake: “Se as portas da percepção se abrissem, tudo apareceria como é”. Dessa forma, de acordo com a temática desenvolvida na obra artística em discussão, pode-se utilizar como guia para tal feito, a razão. Esta é apresentada por Francis Bacon como o caminho para a verdade, um condutor do ser humano, além de servir como método de explicar o mundo em que se vive. De fato, aumentar a dosagem de racionalidade no homem moderno o faria sair de sua “zona de conforto” de viver de forma mecânica, automática, sem ao menos questionar o mundo ao seu redor.
     Salienta-se ainda a teoria dos sistemas vivos defendida pela cientista referida, a qual consiste em analisar criticamente qualquer objeto, animado ou inanimado pelo todo, e não em segmentos. Por outro lado, a vida não é condensável, portanto, como poderia ser analisada como um todo? Assim, percebe-se que a tentativa de caráter cartesiano de aplicar essa concepção à vida, não seria válida.
   Com efeito, em relação à problemática humana de apenas ver sem sentir, ocasiona uma característica inerente a boa parte da população atual: inércia no tocante aos problemas da humanidade em geral. Desse modo, a abordagem permite o questionamento pessoal de como se tem agido.
                                                                                                                            Gabriela Cabral Roque
                                                                                                                            Introdução à Sociologia 
                                                                                                                              1º ano - Direito diurno



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