Nesta terça-feira (28/04) a Câmara dos
Deputados aprovou o projeto de lei o qual coloca fim á obrigatoriedade do
símbolo que indica transgenia nos alimentos geneticamente modificados (OGM’s)
com composição inferior a 1% destes no produto final. Além disso, nenhum derivado
de origem animal alimentados com grãos transgênicos terá a necessidade de
informar isto ao consumidor. Inconformada pela violação do meu direito de saber
especificamente o que irei ingerir, reforço a mesma questão levantada pelo
filme e pelo livro “Ponto de Mutação” de Bernt
Capra: Se nossa agricultura nos alimentasse melhor em vez de desmatar a
Amazônia para criar gado, a carne vermelha, que é uma das maiores causas dos
enfartes, talvez não gastássemos tanto dinheiro com corações artificias.”
Como pensar em algum
modelo de sustentabilidade se segundo o deputado
Valdir Colatto (PMDB-SC), relator da matéria na Comissão de Desenvolvimento
Econômico, Indústria e Comércio,
“nós não podemos, nós
mesmos, criar obstáculos para o consumo dos nossos
produtos. O agronegócio é que alimenta o país”? Como viabilizar uma
ideia de horizontalidade, de equidade, dentro de um sistema que promove por lei
uma concentração não apenas de terra, mas de capital e tecnologias? Nos moldes
liberais, o incentivo ás culturas transgênicas impossibilitam a concorrência do
pequeno agricultor no mercado, vendo-se obrigado á sucumbir aos grandes deste
ramo. É justo fomentar á Monsanto mais e mais propriedades agrárias, sendo que
já somos o 12º país no ranking mundial de concentração de terra?
Quão
contraditório é um sistema que permite 0,8g de Sorbato de Potássio (conservador,
antioxidante e estabilizante) por litro de produto e financia eventos anuais
de “Virada Esportiva” pelo território federativo? Como não apresentar
perplexidade com o aumento de 38,1% de novos casos de câncer ao longo de uma única
década e o Sistema Público de Saúde não atender a demanda necessária? Como se torna aceitável um modelo o qual
promove a morte de 500.000
(meio milhão) de animais a cada hora para atender a indústria alimentícia?
A crueldade e desrespeito para com todos os seres vivos neste ramo são tamanhos
que o sistema criado pelo próprio homem volta-se contra o mesmo (a despeito dos
900 mil infartos ao ano no Brasil e a principal causa ser o consumo de carne
vermelha).
A solução não é aumentar áreas de
Reservas Legais ou a quantidade de corredores ecológicos enquanto um campo de
futebol de árvores é retirado por segundo na nossa Amazônia. A solução não é
criar programas de distribuição de terra e renda, enquanto gigantes
multinacionais exploram nossa fauna, flora, recursos minerais e energéticos sem
barreiras legais. A solução não é aumentar o número de feiras de adoção
enquanto não existir o entendimento de que a vida de um boi, de uma vaca ou de
um suíno vale tanto quanto a de um ser humano. A biodiversidade global não é
composta por peças únicas de lego. Somos uma teia. Consertos pontuais não são
suficientes para permitir ás gerações futuras que usufruam dos mesmos bens que
nós, somos um GLOBO e essa é a consciência que nos falta.
“Que teu
alimento seja teu remédio e teu remédio seja teu alimento.
O corpo cura por si mesmo. O médico é só um assistente da natureza.”
(Hipócrates – 460-377 a.C)
O corpo cura por si mesmo. O médico é só um assistente da natureza.”
(Hipócrates – 460-377 a.C)
Giulia Dalla Dea Vatiero
Direito Diurno - 1º ano
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