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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Fragmentação ou Integração dos Fenômenos?


René Descartes é, indubitavelmente, um dos filósofos, físicos e matemáticos de que mais se fala na atualidade – o método cartesiano é notável, considerado uma grande inovação para a produção científica, uma ruptura de extrema importância. Não é sem razão, portanto, que o cartesianismo tenha conquistado tão grande espaço nos sistemas sociais por todo o mundo – as pessoas se acostumaram a sistematizar suas vidas, o mundo ao seu redor, as questões que se apresentam a elas.
A lógica cartesiana não pode, de forma alguma, ser desprezada ou repelida. Mas seria ela a melhor forma de atualmente se pensar o mundo? Seria através da visão mecânica a maneira ideal de se conduzir uma sociedade? É sobre isso que Fritjof Capra discorre em sua obra Ponto de Mutação, de 1983. Em uma contextualização, o autor evidenciará os perigos de se compreender e governar o mundo pela mecanização – os líderes tratam os problemas de forma fragmentada, visando apenas o controle e a confirmação de suas negociações, sem considerar as implicações humanitárias de suas decisões.
É possível inferir a partir de sua obra que o sistema lógico cartesiano deve abrir espaço para os sistemas vivos, ou seja, aqueles que lidam com seres vivos. Esses devem ser tratados como um todo, levando-se em consideração as relações que cada componente estabelece com todos os outros, e não visualizando cada um deles como ímpares e independentes. Tal postura seria crucial para que se estabelecesse uma situação de equilíbrio entre os homens, e entre os homens e a própria natureza.
Assim, é possível concluir que, como Fritjof Capra demonstrou em sua obra, o pensamento humano precisa, acima de tudo, ser renovado, libertando-se das antigas convicções que, apesar de serem muito válidas no sentido de conhecimento e contribuição, não são mais adequadas ao contexto em que se vive. É necessário que se abandonem os preconceitos às novas possibilidades, considerando-se uma lógica conectiva e de entrelaçamento, e não de segregação e fragmentação. Essa mudança de pensamento seria o caminho mais adequado para o homem atingir o equilíbrio, de forma humanitária, embasado pelo desenvolvimento sustentável.

Heloísa Ferreira Cintrão
1º Ano - Direito Diurno


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