René Descartes é,
indubitavelmente, um dos filósofos, físicos e matemáticos de que mais se fala
na atualidade – o método cartesiano é notável, considerado uma grande inovação
para a produção científica, uma ruptura de extrema importância. Não é sem razão,
portanto, que o cartesianismo tenha conquistado tão grande espaço nos sistemas
sociais por todo o mundo – as pessoas se acostumaram a sistematizar suas vidas,
o mundo ao seu redor, as questões que se apresentam a elas.
A lógica cartesiana não
pode, de forma alguma, ser desprezada ou repelida. Mas seria ela a melhor forma
de atualmente se pensar o mundo? Seria através da visão mecânica a maneira
ideal de se conduzir uma sociedade? É sobre isso que Fritjof Capra discorre em
sua obra Ponto de Mutação, de 1983.
Em uma contextualização, o autor evidenciará os perigos de se compreender e
governar o mundo pela mecanização – os líderes tratam os problemas de forma
fragmentada, visando apenas o controle e a confirmação de suas negociações, sem
considerar as implicações humanitárias de suas decisões.
É possível inferir a
partir de sua obra que o sistema lógico cartesiano deve abrir espaço para os
sistemas vivos, ou seja, aqueles que
lidam com seres vivos. Esses devem
ser tratados como um todo, levando-se em consideração as relações que cada
componente estabelece com todos os outros, e não visualizando cada um deles
como ímpares e independentes. Tal postura seria crucial para que se
estabelecesse uma situação de equilíbrio entre os homens, e entre os homens e a
própria natureza.
Assim, é possível
concluir que, como Fritjof Capra demonstrou em sua obra, o pensamento humano
precisa, acima de tudo, ser renovado, libertando-se das antigas convicções que,
apesar de serem muito válidas no sentido de conhecimento e contribuição, não
são mais adequadas ao contexto em que se vive. É necessário que se abandonem os
preconceitos às novas possibilidades, considerando-se uma lógica conectiva e de
entrelaçamento, e não de segregação e fragmentação. Essa mudança de pensamento
seria o caminho mais adequado para o homem atingir o equilíbrio, de forma
humanitária, embasado pelo desenvolvimento sustentável.
Heloísa Ferreira Cintrão
1º Ano - Direito Diurno
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