Em
nossa sociedade, muitos cientistas políticos, e grandes filósofos tem partido
do pressuposto que um dia, os homens estiveram em seu estado de natureza.
Baseiam-se eles no “contratualismo” social, onde se houve um contrato entre as
partes para se formar um Estado Civil. Hobbes, Rousseau, Locke, dentre outros
defendem esse ponto de vista. Porque partiu-se dessa pequena introdução? Para
entender um pouco mais sobre o "Fato Social" tão mencionado e
estudado por Durkheim.
Tudo
que há na sociedade, gira em torno dos indivíduos que a compõe; são eles os
responsáveis pela formação dessa sociedade, e por moldá-la segundo suas
perspectivas. A partir do momento que se houve o estabelecimento do contrato
social, ali já se criava entre os homens algumas particularidades, como regras
específicas, costumes, tradições que se formavam e assim se formava os fatos
sociais. Da necessidade, ações foram feitas de maneira a manter a sociedade
viva. Fatos sociais foram ocorrendo, um após o outro; indivíduos sociais foram
tomando suas posições; os meios particulares passaram a se engendrar e formar
um meio comum; e assim aos poucos a sociedade foi mostrando sua "Causa
Eficiente" que é, se manter viva.
Olhemos
para a história e comprovemos a teoria de Émile Durkheim: a medida que as
sociedades foram se agrupando, houve a necessidade de um sacerdote supremo,
esse sacerdote passou a ter a necessidade de ter funções mais que religiosas e
tornou-se um rei; na medida que as cidades iam crescendo, necessitavam de mais
terras, mais alimentos, mais e mais, houve a necessidade da guerra. Conseguimos
perceber, que sempre um fato social gerava uma lacuna, em que somente um outro
fato social poderia preencher para manter a sociedade viva. Esta mesma dinâmica
social ainda é presente hoje.
Cada
ser ocupa seu espaço social, e desde o nascimento já é coagido (principal
característica dos fatos sociais, a coação do individuo), a seguir determinadas
regras. A partir do momento que um indivíduo foge do sua posição, deve ele ser
punido para impedir que todo o corpo entre em colapso. Mas como se dar essa
punição? Eliminando a peça defeituosa como dizia o positivista Comte? Ou
reintegrá-la à sociedade aos moldes durkheiminianos?
O
Estado também ocupa nesse meio social, sua função. É o Estado um órgão, do
corpo social, sendo talvez o regulador e defensor dos outros. Quando esse órgão
não cumpre seu papel social esperado (que é garantir a junção das morais, de
maneira a defender a moral de todos) outro tomará seu lugar, gerando um
colapso. Afinal pode o fígado tomar o lugar do coração? Não. Mas se o Estado
não agir como órgão que deve, outro agirá. Afinal "a sociedade conspira
para a sua sobrevivência".
Onde
está o problema? Será que nos fatos sociais? Será que no psicológico daqueles
que não agem segundo sua maneira?
A
grande dificuldade esta aí, em identificar os problemas e solucioná-los.
Deve-se partir do fato social precursor dos problemas. Se for a falta de apoio
do Estado na questão da Educação que está levando aos problemas, invista-se na
educação, e continue a se investir nos fatos sociais subsequentes. É muito
fácil dizer que problema está na educação, quando na verdade ele está em cada
um de nós.
Otávio Augusto Mantovani Silva
1º Direito Diurno - Unesp
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