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domingo, 11 de maio de 2014

Brasil em anomia?

    O sociólogo francês Émile Durkheim, assim como Comte, procurou sistematizar uma metodologia científica para os estudos sociológicos. Além disso, ele ressalta que as partes (os fatos sociais) existem em função do todo (a sociedade). A sociedade (objeto) é superior ao indivíduo (sujeito): as estruturas sociais funcionam de modo independente dos indivíduos, condicionando suas ações.
     O conceito-chave para Durkheim são os Fatos Sociais, por meio dos quais é possível apreender o que é uma sociedade: “a primeira regra [da sociologia] e a mais fundamental é considerar os fatos sociais como coisas” (As Regras do Método Sociológico.1978, p. 94).
     Os elementos constituintes dos fatos sociais são a generalidade, a coercitividade e a exterioridade: “é um fato social toda maneira de agir, fixa ou não, capaz de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente de suas manifestações individuais.” (DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. Tradução de Pietro Nassetti- Ed. Martin Clareto – São Paulo, 2007. pág. 40).
    O sociólogo ainda define dois tipos de fatos sociais: os normais (não extrapolam os limites dos acontecimentos mais gerais da sociedade) e os patológicos (extrapolam os limites dos acontecimentos mais gerais da sociedade). Ainda define a anomia, que seria quando a sociedade fica sem regulamentação durante certo tempo. O crime, para Durkheim, seria um fato social normal, pois ele já se tornou um acontecimento que não extrapola os mais gerais. Esse pensamento não deveria ser diferente? No Brasil o crime é visto de uma forma tão normal que pouco se importa com o sistema carcerário ser tão deficiente. Diferentemente, a Suécia fechou quatro prisões por falta de presos (reportagem Carta-Capital). Logo, isso não poderia ser resolvido socialmente para que esse fato torne-se algo patológico? Além disso, o Brasil pode ser interpretado por alguns uma sociedade em anomia, já que as prisões em superlotações refletem uma sociedade sem regulamentação e, além disso, não é feito nada para mudar esse número.
      Dessa forma, seria necessário refletir sobre esses atos e, talvez, tornar a Suécia um exemplo a ser seguido, pois, naquela sociedade, em breve, o crime será um fato social patológico.





Natalia Caetano - 1º ano Noturno




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