O sociólogo francês Émile Durkheim, assim como
Comte, procurou sistematizar uma metodologia científica para os estudos
sociológicos. Além disso, ele ressalta que as partes (os fatos sociais) existem em função do todo (a sociedade). A
sociedade (objeto) é superior ao indivíduo (sujeito): as estruturas sociais
funcionam de modo independente dos indivíduos, condicionando suas ações.
O
conceito-chave para Durkheim são os Fatos Sociais, por meio dos quais é possível
apreender o que é uma sociedade: “a primeira regra [da sociologia] e a mais
fundamental é considerar os fatos sociais como coisas” (As Regras do
Método Sociológico.1978, p. 94).
Os elementos constituintes
dos fatos sociais são a generalidade, a coercitividade e a exterioridade: “é
um fato social toda maneira de agir, fixa ou não, capaz de exercer sobre o indivíduo
uma coerção exterior, ou ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade
tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente de suas
manifestações individuais.” (DURKHEIM, Émile. As Regras do Método
Sociológico. Tradução de
Pietro Nassetti- Ed. Martin Clareto – São Paulo, 2007. pág. 40).
O sociólogo ainda define dois tipos de fatos
sociais: os normais (não extrapolam os limites dos acontecimentos mais gerais
da sociedade) e os patológicos (extrapolam os limites dos acontecimentos mais
gerais da sociedade). Ainda define a anomia, que seria quando a sociedade fica
sem regulamentação durante certo tempo. O crime, para Durkheim, seria um fato social normal,
pois ele já se tornou um acontecimento que não extrapola os mais gerais. Esse
pensamento não deveria ser diferente? No Brasil o crime é visto de uma forma
tão normal que pouco se importa com o sistema carcerário ser tão deficiente.
Diferentemente, a Suécia fechou quatro prisões por falta de presos (reportagem Carta-Capital). Logo, isso
não poderia ser resolvido socialmente para que esse fato torne-se algo
patológico? Além disso, o Brasil pode ser interpretado por alguns uma sociedade
em anomia, já que as prisões em superlotações refletem uma sociedade sem
regulamentação e, além disso, não é feito nada para mudar esse número.
Dessa forma, seria
necessário refletir sobre esses atos e, talvez, tornar a Suécia um exemplo a
ser seguido, pois, naquela sociedade, em breve, o crime será um fato social
patológico.Natalia Caetano - 1º ano Noturno
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