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domingo, 11 de maio de 2014

Cada indivíduo no seu "quadrado"

        Émile Durkheim elaborou em sua teoria os conceitos de "fato social" e "funcionalismo social", sendo este a noção de que cada órgão na sociedade possui uma função social, e aquele uma forma de agir aplicada coercitivamente nos indivíduos, além dele ser promovido pela sociedade para mantê-la em funcionamento. Nesse ponto, os dois conceitos criados por Durkheim se entrelaçam.
Comte e Durkheim concordam em relação à manutenção do organismo social, mas diferem no que diz respeito à maneira de mantê-lo em perfeito funcionamento. Para Comte, qualquer sujeito que destoe do senso comum e assim prejudique a ordem precisa ser cortado da sociedade, como um câncer que precisa ser retirado. Já Durkheim possui uma visão mais amadurecida, sendo à favor da recuperação do indivíduo na sociedade.
Uma situação contemporânea pode ser interpretada eficientemente por uma visão durkheimneana: os linchamentos (grupos de pessoas que passam a exercer uma função social que não pertence a eles). Tais ações, muito recorrentes no Brasil, sendo a mais recente no Guarujá (SP), contribuem para o colapso da sociedade, pois causam a anomia (degeneração das regras e desequilíbrio social crônico). É um absurdo o apoio popular e da mídia que se dá às ações desses "justiceiros", pois eles ferem todos os Direitos Humanos intrínsecos aos indivíduos, além de gerarem cada vez mais violência ao invés de diminuí-la.
Além disso, esses atos bárbaros prejudicam os serviços das autoridades responsáveis pela função social de combater a criminalidade, cometem injustiças (nesses casos, os agentes sociais responsáveis pelos linchamentos deveriam ser chamados de "injusticeiros") e contribuem decisivamente para a desarmonia social.

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