Não é preciso
muito, pois é um fato decorrente nos noticiários, para perceber que o povo
brasileiro está voltando à barbárie, à medida que abandona tudo o que
conquistou no ramo do Direito e organização social. Pois somente “bárbaros” são
capazes de efetuar e/ou apoiar a justiça feita com as próprias mãos e
negligenciar a existência de um poder maior, criado exatamente para julgar as
anomalias sociais.
Tal questão atual está ligada `a teoria
funcionalista de Émile Durkheim, a qual defende que cada órgão da sociedade
detém uma função que visa fazê-la funcionar adequadamente. Dessa forma, a partir do momento que
determinada instituição deixa de cumprir seu papel social, ela corre o risco de
perder sua autonomia. Na sociedade moderna, a descrença em algumas
instituições, como o Estado, é significativa, em decorrência dos escândalos de
corrupção, da burocracia exacerbada e da manipulação da justiça por aqueles que
detêm o poder econômico.
Tudo isso são mazelas incontestáveis que
contaminam o nosso país, contudo não justificam a saída `as ruas de grupos formados
para torturar e amarrar a postes criminosos (ou suspeitos de crimes, sem prova
alguma). O remédio para curar a política e o policiamento brasileiro não é
negligenciá-los e passar a agir por conta própria, mas aprimorar a instrução
dos cidadãos a eleger representantes que realmente os representem e reeducar a
população de forma a fazê-la abandonar a mentalidade pueril de desejar “tirar
vantagem em tudo”, sendo corrupta em sua essência.
O
Brasil carece de indivíduos maduros, conscientes, interessados na mudança e no aprimoramento
da democracia. Fazer justiça com as próprias mãos decorre da ignorância e da
preguiça de se buscar a mudança da qual o país realmente necessita, a qual
requer muita persistência e pensamento a longo prazo. É preciso reformar a
mentalidade brasileira e as instituições, para que, assim, se possa fazer com
que cada parte da sociedade contribua para o bem do todo. Apesar de ser um
trabalho infinitamente mais árduo do que simplesmente sair às ruas tomado pelo
ódio, é, também, infinitamente mais eficaz.
Nathalia Nunes
Fernandes, Direito Diurno.
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