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domingo, 11 de maio de 2014

A caça rumo ao justiçamento

A caça às bruxas inicia-se em 1450, perdurando por quase 300 anos, findando com a ascensão do Iluminismo. Seu caráter religioso associava-se também às instituições da época tendo significado político, religioso e sexual. Das quase 9 milhões de pessoas  acusadas, julgadas e mortas, cerca de 80% eram mulheres de conhecimentos medicinais, como parteiras, enfermeiras, assistentes e inclusive crianças e moças, acusadas de “herdarem o mal”. O que isso tem a ver com a sociedade atual? Uma série de ataques sob o pretexto de “se fazer justiça com as próprias mãos” vem sendo diversamente noticiado e pulverizado pelo país. As pessoas, descrentes nas instituições judiciais, são capazes de atrocidades, tanto quanto àquelas citadas ao começo do texto. O povo, em suma, é altamente religioso, seguindo ou não uma instituição cristã. Sua religiosidade quanto à inviolabilidade de seu espaço, sua incapacidade de compreensão social e sua sede por justiçamento tem cegado seus atos. Em nada diferenciam-se da brutalidade da caça às bruxas. A compreensão de que os atos da vida social refletem na própria construção da sociedade e de sua cultura, o entendimento de que somos um povo que vive em comunidade, e nenhum ato restringe-se ao individual, retomam à construção do pensamento de Durkheim sobre o fato social. Assim, a busca por tamanha brutalidade tem ganhado forças, e afinal, o que poderá saciar o combate da violência com mais violência? Até quando nos degladiaremos para fazer funcionar o Contrato Social? Será que a solução encontra-se apenas no fortalecimento das instituições ou devemos nós começar uma mudança de pensamento? Tais dúvidas só poderão ser respondidas nos capítulos de nossa vida.

Jade Soares Lara, 1 Ano Direito Diurno

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