Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
A ciclidade da riqueza como fundamento para o poder
Max Weber, em "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", analisará a racionalização dos princípios da ética protestante (outrora de mera concepção religiosa) que universalizaram-se e atingiriam mormente a conduta ocidental. O trabalho e a prosperidade, principalmente a econômica, que nos primórdios do protestantismo eram concebidos como sinal da presença divina e da predestinação, sofreram, por tal racionalização, fatores que infinitamente estimulariam-se a si próprios, em uma ciclicidade que os tornaram fins de si mesmos dentro do exercício do capitalismo.
O que se quer dizer, na verdade, é que o capitalismo não necessariamente começou na ostentação de bens da ética protestante, mas sim nos reflexos oriundos da racionalização dessa ética, que consolidou a nova conduta avarenta e de veneração da moeda em si, e como fator gerador e multiplicador de si mesma. Esse é, para Weber, o estado inicial do espírito capitalista.
Porém, o foco principal de sua apreciação consiste em entender como e porquê a ética protestante alastrou-se para essa nova conduta de tal forma peculiar, diferente de seus princípios inicias. Consiste em entender como houve, dentre todas as racionalizações, a racionalização do próprio homem, a partir da universalização daquela ética. Porque essa veneração chegou a um ponto tão extremo? De tal modo que o homem negará a sua própria riqueza, buscando aumentá-la ainda mais? Talvez esses novos "princípios" (e as aspas sugerem que princípio seja referente a bom valor) estejam embutidos na concepção da burguesia nascente de propriedade e poder, como alicerces de sustentação dos mesmos.
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