"Quem mais mal fez à humanidade: as religiões ou os bancos?". Com esse questionamento, acrescido geralmente de outro polêmico fator, de acordo com a própria vivência do entrevistado, Antônio Abujamra provoca interlocutor e público seus a cada semana, sem categorizar uma definição ou estabelecer um padrão de resposta.
Pela análise de A Ética protestante e o Espírito do capitalismo, de Max Weber, é possível traçar-se tal fator de comparação.
No texto, o sociólogo alemão une uma característica até então singular da religião protestante, a busca da salvação pelo acúmulo de capitais, ou seja, uma verdadeira predestinação de natureza divina a qual seria sinalizada pela prosperidade, à raiz do surgimento da própria ideologia burguesa, na classificação marxista do termo. A competitividade e o não-desmerecimento do acúmulo de capitais, os quais foram instituídos pelo protestantismo, espalharam-se de forma predatória e voraz por toda a Europa, atingindo seus territórios pelo movimento "natural" metrópole-colônias da época. As revoluções liberais, por fim, trataram de assentar "definitivamente" esse modo-de-produção que tanto é questionado até hoje, como percebe-se nas palavras daquele apresentador de televisão.
Não se deve concluir sem uma opinião. Não se deixa uma questão aberta. Trago uma resposta e outra provocação: as religiões, a exemplo da própria citada acima, se levadas ao rigor do fundamento, presenteiam o ser humano com consequências deveras adversas, como a supremacia atual das instituições financeiras e sua exorbitante exploração. Entretanto, como agentes sociais puros, os bancos e os credos diversos seriam essenciais ao desenvolvimento da própria percepção de homem, seja pela segurança proporcionada pelos primeiros, seja pelo ensinamento de noções de coletividade e solidariedade pelos segundos. Diante disso: "Quem mais mal fez à humanidade: as religiões, os bancos ou a omissão?".
Eduardo Matheus Ferreira Lopes, 1º Direito diurno.
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