A obra
"A ética protestante e o espírito do capitalismo”, escrita por Max Weber entre
1904 e 1905 em forma de ensaios que foram complementados e publicados em forma
de livro em 1920, apresenta uma análise de como a cultura influenciou a
economia, particularmente, de como o protestantismo possibilitou o
desenvolvimento e a manutenção do capitalismo.
É
importante ressaltar que, para Weber, o capitalismo não surgiu devido às religiões
protestantes, mas que estas, diferentemente da religião católica, permitiram
que ele fosse entendido de forma diferente, contribuindo assim para seu progresso.
Também
é interessante pontuar que outros fatores contribuíram para isso e que eles estavam
essencialmente ligados à ideia de racionalização (contábil, científica,
jurídica e humana).
Na
verdade, é esse racionalismo na busca do ganho econômico aplicado através de
ideias e comportamentos que, segundo Weber, definem o espírito do capitalismo.
O
principal elemento do protestantismo que dá ao capitalismo força e respaldo é o
acúmulo de capital vinculado à ideia de virtude e eficiência, o que fez com que
o que antes era mal visto e que depois passou a ser relativamente aceito passasse
a ser tido como fundamental.
A produzir sua obra, Weber
buscava responder uma dúvida de seus contemporâneos: qual o principal fator a
influenciar as mudanças sociais? Com "A ética protestante e o espírito do
capitalismo” ele conseguiu mostrar de forma consistente que esse fator correspondia
às ideias e convicções éticas, se contrapondo assim a Karl Marx que acreditava
que eram as condições econômicas responsáveis por essas mudanças e não o contrário.
A
defesa de Weber se torna mais eficaz quando ele compara as sociedades ocidentais
às sociedades orientais, mostrando que estas não possuíam nenhum sistema econômico
desenvolvido parecido com o capitalismo do Ocidente, provando, com isso, a
importância do fator cultural.
Porém,
é valido ressaltar que Weber já afirma que a sociedade já havia alcançado um
ponto onde o capitalismo se sobrepunha a outros fatores culturais, o que se
mostra de forma clara na sociedade atual e que, de certa forma, acaba dando apoio
à teoria de Marx, ou seja, a cultura pode ter até influenciado a economia, mas,
é inegável, que a economia influencia a cultura.
Letícia Roberta Santos
Texto referente ao livro
"A ética protestante e o espírito do capitalismo”, mais especificamente ao
capítulo “O espírito do capitalismo”.
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