Estamos
em meados do século XIX. O povo mostra a sua insatisfação às condições em que
viviam. Condições, estas, que nada mais faziam do que refletir o advento do
Capitalismo e da Revolução Industrial. As famílias, antes dependentes da terra,
agora dependem da venda de sua força de trabalho. Um verdadeiro mercado humano.
E é nesse contexto que aparece Augusto Comte.
Augusto
Comte vivencia um período de instabilidade, de choques, de “rebeldia”. Por
isso, propõe uma ciência da sociedade, positivista, ansiando apenas
reestabelecer a antiga ordem, por fim. Utiliza uma metodologia na qual a
sociedade se organiza por leis, semelhantes às leis da física. Enfim, quer
compreender as relações sociais, porque apenas assim seria possível corrigir os
seus desvios e as suas consequências indesejáveis.
O
que significa, de fato, reestabelecer a ordem? Para Comte, significa que cada
indivíduo deve exercer sua função, cumprir seu papel, como num organismo vivo. Isso
significa que, na prática, para alcançar o (tão sonhado?) progresso, deveríamos
agir de uma forma pré-estabelecida para um bem comum. Funcional. Porém, como
ignorar os desejos individuais de ascensão social e econômica que também se
tornaram tão presentes com o capitalismo? Seria apenas uma utopia? Estaria Comte
já justificando a desigualdade social?
Além
disso, Comte considera que o conhecimento é construído a partir de três
estágios, na seguinte ordem de evolução: o primeiro deles, o teológico, no qual
o ser humano explica sua realidade a partir dos deuses; em segundo lugar, o
metafísico, que utiliza entidades abstratas para explicar a realidade, e é uma
transição entre o teológico e o positivo; e, por fim, o positivo, que busca não
mais o porquê das coisas, e sim o “como”, no qual o conhecimento se baseia nos
fatos observados. Porém, partindo dessa lógica, como caracterizamos a
coexistência desses pensamentos até hoje em nossa sociedade?
Enfim,
podemos visualizar até hoje a influência do pensamento positivista em nosso
meio, mostrando o quanto ele foi importante e bem aceito em diversos âmbitos.
Bons exemplos são a nossa bandeira brasileira, mas especificamente na frase
“Ordem e Progresso”, sua influência nos militares e até a própria Religião
Positivista.
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