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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ordem = Progresso?


                Estamos em meados do século XIX. O povo mostra a sua insatisfação às condições em que viviam. Condições, estas, que nada mais faziam do que refletir o advento do Capitalismo e da Revolução Industrial. As famílias, antes dependentes da terra, agora dependem da venda de sua força de trabalho. Um verdadeiro mercado humano. E é nesse contexto que aparece Augusto Comte.
                Augusto Comte vivencia um período de instabilidade, de choques, de “rebeldia”. Por isso, propõe uma ciência da sociedade, positivista, ansiando apenas reestabelecer a antiga ordem, por fim. Utiliza uma metodologia na qual a sociedade se organiza por leis, semelhantes às leis da física. Enfim, quer compreender as relações sociais, porque apenas assim seria possível corrigir os seus desvios e as suas consequências indesejáveis.
                O que significa, de fato, reestabelecer a ordem? Para Comte, significa que cada indivíduo deve exercer sua função, cumprir seu papel, como num organismo vivo. Isso significa que, na prática, para alcançar o (tão sonhado?) progresso, deveríamos agir de uma forma pré-estabelecida para um bem comum. Funcional. Porém, como ignorar os desejos individuais de ascensão social e econômica que também se tornaram tão presentes com o capitalismo? Seria apenas uma utopia? Estaria Comte já justificando a desigualdade social?
                Além disso, Comte considera que o conhecimento é construído a partir de três estágios, na seguinte ordem de evolução: o primeiro deles, o teológico, no qual o ser humano explica sua realidade a partir dos deuses; em segundo lugar, o metafísico, que utiliza entidades abstratas para explicar a realidade, e é uma transição entre o teológico e o positivo; e, por fim, o positivo, que busca não mais o porquê das coisas, e sim o “como”, no qual o conhecimento se baseia nos fatos observados. Porém, partindo dessa lógica, como caracterizamos a coexistência desses pensamentos até hoje em nossa sociedade?
                Enfim, podemos visualizar até hoje a influência do pensamento positivista em nosso meio, mostrando o quanto ele foi importante e bem aceito em diversos âmbitos. Bons exemplos são a nossa bandeira brasileira, mas especificamente na frase “Ordem e Progresso”, sua influência nos militares e até a própria Religião Positivista.





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