Muito
presente na visão de mundo contemporânea, a física social de Augusto Comte
surge em um momento em que há uma mudança na forma de relações entre as
pessoas, em qualquer aspecto da vida humana. Com as novas tecnologias e o
desenvolvimento das ciências o homem passa a receber cada vez menos, já que
suas tarefas tornam-se cada vez mais insignificantes e substituíveis, tendo
nesse momento a inserção não só da mulher como fonte de trabalho, mas das
crianças também, e as relações familiares começam a se vincular submetidos à
força do mercado. Essa nova visão de mundo deixa insatisfeita a massa popular,
e todas as suas novidades vêm sendo confrontadas por ela, por isso a
necessidade de diagnosticar as patologias que acometem a classe operária
através de uma ciência social que consiga corrigir os males, acalmar os ânimos,
para tornar a ordem.
Essa nova
ciência surge como uma ciência da ação, não da contemplação, seria o estado viril
do conhecimento humano, que não se conforma com o mundo e estuda os movimentos
reais da sociedade, seria o conhecimento mais elevado, até mesmo pelo
desenvolvimento da ciência, e torna a sociedade um organismo produtivo, sendo
capaz de superar os conhecimentos anteriores, que tratavam de movimentos
abstratos que não mais nos servem, que existiam como pensamento e não como
objeto que tem como princípio da positividade; não é o conhecimento mais digno
pois está em uma dimensão de ideias, não dá para pensar em uma sociedade cada
vez mais complexa a partir, por exemplo, da teologia ou da metafísica, não que
estes conhecimentos não tenham sido essenciais para o homem, mas eles não servem
mais para a sociedade industrial.
Para Comte
existe uma ordem que impulsiona o andamento da sociedade, a anarquia do mercado
causa o empobrecimento das massas, condutas desviantes seriam engrenagens
desajustadas que precisam de amparo para funcionar harmonicamente, se o estado
cumprir seu papel e dar boas condições de vida, as classes deixam de se
revelar, um exemplo disso poderia ser as políticas de assistência aos mais
pobres, como o bolsa família, que faz o homem pobre não se revelar contra as
suas condições, ou o populismo de Vargas que trouxe para si as funções sociais
de coerção. A pluralidade leva a algo insolúvel, por isso o liberalismo é
incompatível com o positivismo, que seria a ciência da intervenção. Se existe
uma ordem, conserve-a, as mudanças de funções de órgãos são a morte, o conjunto
social perece gerando desordem. A ordem seria, então, o caminho para o
verdadeiro progresso. Palavras muito conhecidas por nós, brasileiros, já que o
positivismo está na nossa raiz, tivemos influencia direta dele, através dos
militares, na proclamação da república, na constituição e até na nossa bandeira
nacional.
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