O Positivismo de Augusto Comte surge devido ao novo contexto sociológico que se constroi com a Revolução Francesa e a Primeira Revolução Industrial. Com esses novos acontecimentos históricos modificando a dinâmica social, Comte enxergou a necessidade de resgatar e aperfeiçoar as ideias de René Descartes e Francis Bacon, os quais acreditavam em uma mudança da filosofia estudada até então, pois esta, tendo como principal objeto de análise o mundo metafísico, não era adequada à resolução dos problemas práticos, o que se via cada vez mais necessário, principalmente com o surgimento da classe operária, com a ascensão da burguesia e outros fatores que condensavam os conflitos na sociedade.
Assim, nasce a filosofia positiva, a qual, segundo Comte, marca o início do amadurecimento do homem. Ela, afastando-se da metafísica, procura entender as leis gerais que regem a sociedade, uma vez que o autor estabelece uma analogia entre os fenômenos físicos e os fenômenos sociais, baseando-se no paradigma newtoniano, o qual afirma que o comportamento do universo obedece à forças regulares, leis, das quais ele não poderia escapar. Do mesmo jeito se comportaria a sociedade, e o positivismo tem como objeto de estudo tais leis, para que desse possa diagnosticar o meio social e resolver seus conflitos.
E mesmo sendo uma filosofia totalmente oposta à anterior, Comte afirmava que a filosofia tradicional era fundamental ao surgimento da filosofia positiva na sociedade. De acordo com o autor, dois estágios sociais precederiam a instalação do positivismo: o primeiro seria o teológico, e o segundo seria o metafísico. Embora estes fossem inferiores, eram etapas necessárias ao amadurecimento das formas de entendimento e explicação do mundo por parte dos homens, formando-se assim uma analogia com a vida humana, sendo o positivismo o último estágio da construção do conhecimento, o mais maduro.
O Positivismo, apesar de ser visto como uma ciência social excessivamente conservadora por alguns, exerceu importantes influências na sociedade, inclusive na sociedade brasileira. Esta adotou inclusive um lema positivista para a bandeira, o "Ordem e Progresso", o qual provém da máxima positivista "O amor por princípio, a ordem por bamodo se, e o progresso por fim", que ilustra a importância da organização social para o seu avanço.
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