O positivismo de Augusto Comte, que data de 1830, foi desenvolvido durante um período de complexas turbulências na Europa, que culminou com a Primavera dos Povos em 1848. Durante esse tempo, a constante incerteza do desenrolar dos fatos ocorridos durante revoluções pairava sobre o mundo ocidental.
Foi nesse contexto que surgiu o pensamento Positivo. Sua linha racionalista aplica às ciências humanas a mesma estrutura de funcionamento das ciências naturais. Isso implica na formação de leis rígidas, tais como surgiam na Física e Química. O processo de pensamento e geração de conhecimento então se debruça sobre as ciências humanas como sujeitas a certas leis fixas. Se, um satélite orbita harmoniosamente outro de acordo com equações e fórmulas, nas Humanas o mesmo deveria ocorrer com a sociedade, segundo Comte.
Esse modelo, que tenta equacionar a sociedade, compreendia-se como o mais avançado e maduro estágio do conhecimento humano. Seria infinito e perfeito, sempre a desenvolver novos conhecimentos e tecnologias.
Hoje em dia não é difícil observar que o fenômeno positivo mantém bases fortes com estrutura fixa. Muitos ainda concordam com seu viés extremamente racionalista. Seu poder se deve ao enorme processo de desenvolvimento e progresso que cruzou a sociedade mundial ao longo dos últimos dois séculos, que acarretou na adesão de muitos discípulos.
No entanto, eu me questiono se não seria a hora de enxergar a sociedade de outro modo. O progresso só é alcançado na ordem? As engrenagens desajustadas devem ser mesmo desligadas do todo, transformadas em peças obsoletas? Será realmente possível equacionar todos os processos e fenômenos sociais? Reduzir as ações humanas em algo do tipo X+Y=Z?
Eu acredito que o modelo positivo não se encaixa no padrão atual de desenvolvimento. Transformado sentenças judiciais e leis num formulário e não levando em conta milhares de outros processos que fogem á ponta do lápis dos legisladores e juízes. Também esquecendo da individualidade e formação única que cada um de nós teve a oportunidade de aprofundar e desenvolver.
O momento de crise atual, tanto política como econômica, talvez esteja pedindo como um pré-requisito uma mudança de visão e padrões de análise. Não deveríamos olhar tudo como peças simplesmente organizadas na natureza. A natureza por si só é algo complexo e que deve ser visto pelo todo, afinal nós somos parte dela e estamos encarregados, de certa forma, de uma parte de sua manutenção. Precisamos crer que é possível analisar as coisas e a nós mesmos como algo único, sem paralelo, não apenas mais uma peça, bem feita ou não, encaixada no sistema.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
A única maneira de alguém ser único no mundo é se for um gênio como Einstein e tantos outros que a humanidade já teve,demais somos todos iguais,cheios de defeitos e duvidas; No que se refere ao positivismo ele é interdisciplinar,isso é devemos conhecer um pouco de tudo e de tudo um pouco,o que faremos desse conhecimento é responsabilidade nossa,pois Comte apenas mostrou-nos o caminho,o resto cabe a nós.
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