Para Augusto Comte a ciência da sociedade deveria ser
entendida como uma “Física Social”, o que requereria uma metodologia semelhante
à da física. Tal Física Social tem como tarefa descrever a dinâmica da
sociedade e escrever enunciados que expliquem o seu funcionamento, o que não
tem sentido emancipador, mas sim a finalidade de conhecer e diagnosticar as
patologias sociais existentes.
Comte compreendia e comparava a sociedade a um organismo
vivo e o pensamento positivo deveria captar aquilo que a faz mal, buscando uma
cura à sua patologia. Ainda dentro deste pensamento, Augusto entendia que para
a sincronia do corpo social era necessário que cada um se mantivesse em seu
lugar social específico cumprindo essa função, o que não deveria ser
modificado. Uma sociedade em ordem é uma sociedade onde todos cumprem sua parte
social e somente a ordem gerada por tais “regras positivistas” é o que possibilita o
progresso.
Tal pensamento, tão extremo quanto à função social do
indivíduo pode abrir brechas para uma maior estagnação da sociedade. Pois,
seguindo este raciocínio onde uma pessoa deve manter-se naquela função
independente de sua vontade – pensando sempre no bem da sociedade acima do seu –
pode, na realidade em que vivemos e não na sociedade idealizada por Comte,
gerar um pretexto para aumentar a já existente divisão entre classes. Pois é
inegável que é o trabalho (pelo menos na sociedade capitalista atual) que gera
a condição social do homem. Sendo assim o indivíduo que se submete a “função
social” mais mal remunerada nunca poderá visar condições de vida mais
favoráveis, pois não deve deixar de cumprir seu papel para o bem maior da
sociedade.
Alguns aspectos da teoria positivista de Augusto Comte são
perfeitos para a aplicação em uma sociedade teórica, quando tratamos da
sociedade real, entretanto, a imposição da ordem pode ser apenas mais um
obstáculo ao progresso.
O vídeo abaixo mostra que, por mais essencial que uma função social seja, ela ainda pode ser vista com preconceito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário