Desde de Bacon até o
presente , tem se a ideia de uma ciência de ação, efetiva na sua intervenção no
real, assim ,não difere Comte em suas ideias positivistas.No estado positivo, teria- se uma série de leis e forças que
regem a sociedade, com o intuito de
organizar e suprir suas necessidades
(estática) para que se obtenha o
progresso (dinâmica).Sendo o positivismo
o nível de apoteose social, assumiria caráter definitivo e unânime , não
deixando margem ao desenvolvimento de outras filosofias sociais. Para alcançar tal estado, foi necessário , a
passagem por dois outros: o teológico;
em que o saber sofre influências
externas , e o metafísico; situado no
plano das abstrações. Essas duas etapas, mesmo não tendo mais relevância, foram fundamentais
no amadurecimento científico, que levou aos fundamentos positivistas.O
aparelho de aplicação dessa ciência seria um Estado Forte, que usa sua força e persuasão
como ferramenta para atender as premencias sociais e manter a estratificação,
pois cada um deve cumprir seu papel social. E , sendo o Estado dirigido pelos detentores do saber (classes
dominantes ).
Depois de ter estudado
um pouco sobre a filosofia positiva, confesso que muitos de meus pré-conceitos
com esta foram desmentidos, mas ainda
assim, como toda ideia humana , esta apresenta certa coerência e ao mesmo tempo
falhas e impossibilidades de aplicação. O interessante nesse estudo é: uma
filosofia que tem por alvo todos as classes;sobretudo as mais numerosas; o que
revela certa” inclusão democrática” ,
além de dar uma solução ao problema da excessiva especialização do conhecimento e de propor
uma reforma na educação. Considerando ainda os muitos benefícios que o Estado positivo proporciona ao acabar
com as patologias sociais , ao menos em teoria. Mas e justamente essa a questão,
ideias boas em teoria, mas que se desvirtuam em prática,o que nos leva a pensar
em como seria possível que a classe dominante ( detentora do saber )
fosse imparcial no manuzeio do Estado? (sem sobrepor seus interesses por puro
amor a humanidade) Por que unificar o
saber , se a pluralidade nos permite maiores
possibilidades de solução dos problemas ? Por que estratificar a sociedade ,
impossibilitando sua mobilidade e simplificando-a a fragmentos de um sistema ? so
para que a ordem nao seja subvertida ?( sendo que somos sonhos , desejos ,liberdade, sentimentos complexos ,e não apenas fisiologia , habitamos também o mundo “sensível” ). Outro
ponto discutível é o caráter definitivo e estático que o positivismo assume, devendo em qualquer
período continuar a satisfazer as exigências momentanes, porém a própria
sociedade a quem este busca atender tem caráter extremamente dinâmico e, assim
como, a teologia e a metafísica expiraram suas datas de validade, todo
conhecimento está fadado ao mesmo, já que ,ao meu ver, compartilhando aqui a ideia de
Thomas kuhn , a ciência evolui por paradigmas ,passando por períodos de
normalidade e crise .
Desse modo o positvismo
na sociedade deve existir até que se tenha necessidade da construção de uma
nova filosofia social , pois este já não corresponde mais as expectativas
sociais e, deve se olhar esse pensar de maneira seletiva e desapaixonada( sem
preconceitos ) , no sentido de encontrar seus benefícios e incorporá-lo , descartando o inútil .
Jéssica Duquini
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