O novo positivismo
Augusto Comte discorre em seu Curso de
Filosofia Positiva a necessidade de uma ciência que interprete a sociedade, um
conhecimento que vislumbre o que é real, existe, o concreto. Seria como se
fosse uma descrição do real, descrever e compreender para se poder intervir na
sociedade. E tudo isso nasce dentro de uma sociedade que passa por turbulências,
incluindo a ideia de uma civilização industrial.
E para que o
Estado positivo finalmente chegasse, existiriam previamente dois estágios da
construção do conhecimento, primeiramente o estado teológico e depois o metafísico.
Agora, transferindo essa ideia de estágios da construção do conhecimento para
minha vida pessoal, do século XXI. Encontro-me com meus 11 anos, tenho muitos
questionamentos e porquês, entretanto, tudo pode ser respondido pela fé que estava
em mim, “Por quê existem pessoas que vivem nas ruas?” , “ Pois o mundo é regido
dessa forma, uns são diferentes dos outros”. Já aos 15 anos vejo as coisas de
outra forma, “Mas e se eu fosse rica, poderosa, talvez me tornasse a pessoa
mais forte do mundo, ai sim eu mudaria essa realidade, não haveria mais pessoas
nas ruas, nem maldade, nem tristeza, a paz reinaria.”. E com os 18 anos chego a
conclusão ” As pessoas vivem nas ruas não porque uns são diferentes dos outros
por natureza própria, mas porque a vida é injusta, uns mais sortudos, nasceram
em uma família mais rica, outros já nascem em meio a pobreza, sem perspectiva
de futuro, apenas tentam trabalhar para sobreviver, ou vivem em favelas, ou em
meios indignos, e as vezes ainda são chamados de vagabundos por não conseguirem
atingir o patamar dos ricos, como se tivessem as mesmas oportunidades...”.
Pois bem, em
minha vida, encontrei os três estágios de que Comte havia dito, incialmente, tudo
que questionava era respondido por revelações externas, seria o "as coisas tem que
ser assim", depois por querer transformar as coisas no plano das ideias, e por
fim um estado considerado positivo, seria enxergar a sociedade da forma que ela
realmente existe. Pode ser então que estou frente ao que Comte considera como
estado positivo, entretanto eu apenas descrevo a sociedade, sem mudar nada
efetivamente, será então que o Positivismo de Comte realmente mudaria/mudou a
sociedade? Será que a compreensão da sociedade acarreta a sua mudança? Creio
que não.
Apenas
pensar, apenas refletir, não transforma as coisas, obviamente temos que pensar antes
de agir, mas sem a ação não há resultados. Portanto embora há “Emergência de
uma ciência da sociedade”, ainda se espera muitas ações por parte dessa
ciência. Eu, no estado positivo, espero e quero mudanças, não mais a ideia de
Ordem e Progresso, porque um não leva ao outro. Quero algo real, palpável,
quero a igualdade entre os homens, chego a conclusão de que então, há emergência
de uma ciência que transforme a sociedade. Agora a transformação é a palavra chave.
Se estivéssemos em um estado positivo de fato caberia aos governantes garantir a toda a sociedade oportunidades iguais e condições de melhorar de vida, no entanto é preciso lembrar que muitas pessoas estão onde estão por suas próprias ações e escolhas,pois ser rico não é sinal de honestidade ricos também roubam e ser pobre não é sinal de injustiçado,pois muitos gastam mais do que tem,se endividam,e seguem com essa atitude a vida toda.
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