As paixões humanas figuram por nossa sociedade e não desaparecerão tão cedo. Por mais que o homem se racionalize e tente deixar de lado instintos primitivos de lado, ele não conseguirá ver-se livre desses sentimentos de compaixão por aquele que sofre e de vingança por aquele que faz sofrer.
Esse sentimento de vingança e a necessidade de fazer justiça pelas próprias mãos chocam por aparecer em uma sociedade aparentemente racional, instaura certo temor geral e, concomitantemente, provoca um alívio – ainda que não admitido – ao enxergar “aquele que merece” sofrendo alguma pena.
Assim, chegamos a um dos maiores desafios do Direito, que é trabalhar em busca da ordem e preservar os Direitos Humanos daqueles que devem ser punidos. Muitas vezes, ao tentar manter saudável a dignidade do criminoso, o Direito é taxado como defensor de bandido, de marginais.
Esse apelo das paixões humanas é difícil de lidar, ainda mais por se tratar de algo tão intrínseco e irracional, existente em todos nós. O Direito deve então não se ater somente às normas, mas também satisfazer o âmago daqueles que anseiam por “vingança”, só assim é possível atuar como forma expressa da razão humana diante do caos que vivemos.
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Tema: A mediação do Direito como expressão da razão moderna
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