A autonomia que, aparentemente, provem
dos ideais de cada um dos homens e do coletivo, não passa de uma ilusão social.
Todos os âmbitos dessa moral ideológica que persegue os homens ao longo de toda
história e que molda a mesma para os futuros acontecimentos são, segundo Marx,
um fruto da vida material e de como o indivíduo se relaciona com esse meio.
O autor, juntamente com Engels,
acreditava que socialismo era um produto da história, e como tal, partindo do
pressuposto que a parte material é a que tem mais influência na sociedade e em
suas mudanças, gerava a tão famosa luta que acompanha a história ao longo dos
séculos: ricos contra pobres.
Observa-se que essa luta evoluiu ao
longo da história. Antes, era a nobreza contra a burguesia e com as diversas
revoluções que aconteceram ao longo dos séculos XIX e XX, a burguesia elevou-se
ao papel de dominação e passou a oprimir o proletariado. Mas essas diversas
rupturas sociais e ideológicas resultaram em diversas mudanças no meio material
e financeiro; o conceito de trabalho foi se alterando juntamente com os
direitos atribuídos aos trabalhadores e assim, se aderiu ao termo mais-valia
para caracterizar o principal mecanismo de exploração do proletariado na
sociedade capitalista.
Com todas as alterações que
aconteceram na sociedade desde que esse termo e o socialismo segundo as crenças
de Marx e Engels apareceu, não seria surpresa que tenha surgido uma ideologia que
buscasse desvendar os novos tempos que se abriram. O materialismo dialético
veio com a missão de entender como se dá o desenvolvimento histórico. Esse
mecanismo não só mudou o modo como a filosofia tradicional era vista (“ao
contrário da filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui é da terra
que se sobe ao céu”), mas mostrou que os seres são uma junção de positivo e
negativo, e que só assim se dá a síntese do concreto.
Toda essa evolução repleta de
mudanças e rupturas, nos trouxe até o século XXI, onde o modo de produção
capitalista é duramente criticado por ter se mostrado um método de apropriação
dos meios de produção e por propiciar uma competição acirrada e cega entre os
produtores, elevando o produto final a condição de ser superior aos produtores,
o que se ampliou de forma global.
Essa “corrida pelo ouro” tem incitado
a revolta de grande parte do proletariado, que recorre a teorias socialistas de
filósofos do século passado para apoiar sua busca pela mudança. Infelizmente,
tudo que se nota a partir disso é que aquelas teorias e ideologias não
conseguem curar as chagas que o capitalismo trouxe, o que faz com que esse
proletariado fique preso e perdido entre ideologias ultrapassadas e líderes que
não conseguem exercer seu papel e, junto com o povo, mudar a atual realidade de
exploração e opressão.
Ananda Gomes Sanchez, 1º ano, Direito Noturno.
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