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domingo, 10 de setembro de 2017

O materialismo dialético como ciência social da mudança

A autonomia que, aparentemente, provem dos ideais de cada um dos homens e do coletivo, não passa de uma ilusão social. Todos os âmbitos dessa moral ideológica que persegue os homens ao longo de toda história e que molda a mesma para os futuros acontecimentos são, segundo Marx, um fruto da vida material e de como o indivíduo se relaciona com esse meio.
O autor, juntamente com Engels, acreditava que socialismo era um produto da história, e como tal, partindo do pressuposto que a parte material é a que tem mais influência na sociedade e em suas mudanças, gerava a tão famosa luta que acompanha a história ao longo dos séculos: ricos contra pobres.
Observa-se que essa luta evoluiu ao longo da história. Antes, era a nobreza contra a burguesia e com as diversas revoluções que aconteceram ao longo dos séculos XIX e XX, a burguesia elevou-se ao papel de dominação e passou a oprimir o proletariado. Mas essas diversas rupturas sociais e ideológicas resultaram em diversas mudanças no meio material e financeiro; o conceito de trabalho foi se alterando juntamente com os direitos atribuídos aos trabalhadores e assim, se aderiu ao termo mais-valia para caracterizar o principal mecanismo de exploração do proletariado na sociedade capitalista.
Com todas as alterações que aconteceram na sociedade desde que esse termo e o socialismo segundo as crenças de Marx e Engels apareceu, não seria surpresa que tenha surgido uma ideologia que buscasse desvendar os novos tempos que se abriram. O materialismo dialético veio com a missão de entender como se dá o desenvolvimento histórico. Esse mecanismo não só mudou o modo como a filosofia tradicional era vista (“ao contrário da filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui é da terra que se sobe ao céu”), mas mostrou que os seres são uma junção de positivo e negativo, e que só assim se dá a síntese do concreto.
Toda essa evolução repleta de mudanças e rupturas, nos trouxe até o século XXI, onde o modo de produção capitalista é duramente criticado por ter se mostrado um método de apropriação dos meios de produção e por propiciar uma competição acirrada e cega entre os produtores, elevando o produto final a condição de ser superior aos produtores, o que se ampliou de forma global.
Essa “corrida pelo ouro” tem incitado a revolta de grande parte do proletariado, que recorre a teorias socialistas de filósofos do século passado para apoiar sua busca pela mudança. Infelizmente, tudo que se nota a partir disso é que aquelas teorias e ideologias não conseguem curar as chagas que o capitalismo trouxe, o que faz com que esse proletariado fique preso e perdido entre ideologias ultrapassadas e líderes que não conseguem exercer seu papel e, junto com o povo, mudar a atual realidade de exploração e opressão.


Ananda Gomes Sanchez, 1º ano, Direito Noturno.

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