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domingo, 10 de setembro de 2017

Liberdade para quem?!


 Sendo a liberdade um dos valores mais proclamados pela burguesia durante a derrocada da sociedade feudal, e esta ligada principalmente à propriedade individual e à liberdade de comércio, tem-se ainda uma falsa ideia de que na sociedade burguesa moderna possuímos liberdade de um modo geral, porém, a mesma é ilusória e privilegia somente os interesses da classe dominante. 

 Por exemplo, um vendedor de uma loja de calçados encontra-se condicionado a cumprir uma meta diária de vendas imposta por seu patrão, sob pena de ser demitido caso não atinja uma quantidade "x" mínima de sapatos vendidos ao final do expediente. Deixam de viajar, comprar coisas que gostariam porque precisam pagar as contas no final do mês. As pessoas estão se tornando cada vez mais ansiosas, frustradas e insatisfeitas com seu padrão de vida devido à tamanha pressão social exercida sobre elas. 

 A mulher não se encontra menos privada de sua liberdade dentro da sociedade capitalista. Ela não possui voz política, muito menos representatividade dentro de um sistema patriarcal. Ela ainda possui um salário menor comparado com o do homem mesmo trabalhando no mesmo cargo. Ela possui regras de conduta moralmente aceitas pela sociedade. Sua sexualidade desde cedo é reprimida, e se a mesma se atrever a burlar padrões e regras sociais já é vista com maus olhos por todos à sua volta. Sem falar no medo diário de andar desacompanhada pelas ruas à noite, ou de usar determinada roupa por medo de sofrer assédio. A liberdade nunca foi um privilégio da comunidade feminina na sociedade burguesa, e está longe de ser. 

 A luta de classes se expressa na visível desigualdade socio-econômica em uma grande metrópole urbana, como a cidade de São Paulo, onde de um lado da rua se encontram condomínios luxuosos e do outro moradores de rua, mal possuindo dinheiro para suas próprias condições de subsistência. 

O Direito, tomado como fonte da liberdade e felicidade geral, deve ser acionado a fim de se remediar essa terrível moléstia social, privilegiando as classes menos favorecidas e gerando oportunidades iguais para todos. Ele deve ser tido como um instrumento de luta contra toda forma de opressão de uma maioria por uma minoria. 





"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido." - Dalai Lama

Juliana Beatriz de Paula Guida - 1° ano - Direito Matutino


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