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domingo, 10 de setembro de 2017

Exploração, ganância, desigualdade e demais males do sistema capitalista

Do início das civilizações, desde os tempos mais longínquos, uma característica marca as sociedades: seu formato estamental, em forma de pirâmide, onde muitos possuem pouco e poucos possuem muito. Não importa qual civilização, sempre existia os exploradores e aqueles que eram explorados, apenas muda-se os nomes. Nas sociedades antigas, como na Roma antiga, existiam os Patrícios e os escravos, na Idade média existiam os Senhores feudais e os servos, e no desenrolar da Idade Moderna, com a implementação do capitalismo e do modo de produção industrial, surgem os Burgueses e os proletários.
Conforme dito na música “Savages” de Marina and the Diamonds:
“É a sobrevivência do mais apto
Ricos contra os pobres
No final do dia
É uma característica humana
Escondida bem no fundo do nosso DNA
Por trás de tudo, nós somos apenas selvagens
Nós somos apenas animais ainda aprendendo a engatinhar”
Porém, discordo de um ponto. Animais procuram usufruir apenas o necessário para sua existência. Estando na natureza, todos são igual e convivem de forma equilibrada, cada um exercendo sua função. O homem primitivo viveu durante muito tempo da mesma forma que os animais, no período pré-histórico, alimentando-se do que achava no solo, colhendo, e trabalhando pelo seu próprio benefício. Com o tempo, a percepção, que o convívio coletivo e a instauração de comunidades e famílias facilitariam as atividades cotidianas. De qualquer forma, todos trabalham, e o fruto deste trabalho era repartido igualmente entre todos. Com o desenvolvimento das técnicas de plantio e pecuária, o homem passa a fabricar além daquilo que precisa, o excedente começa a ser cobiçado. Conflitos e guerras dão origem a desigualdade e a exploração do homem pelo homem, fenômeno existente até os dias de hoje.
Com a invenção da moeda, materiais e produtos deixam de ser trocados e passam a ser vendidos. Com a maquinização dos processos, os artesãos ficam para trás e são obrigados a vender sua própria força de trabalho para sobreviver. Enormes indústrias são criadas para fabricar a maior quantidade no menor tempo, vendendo produtos por um preço bem maior que seu custo real, centralizando todo o lucro nas mãos dos grandes proprietários, e dando para os trabalhadores (que são os que realmente produzem) o mínimo, do mínimo para sobreviver.
Durante anos e anos, pessoas trabalharam exaustivamente durante quase o dia todo, mulheres grávidas e crianças, em indústrias fechadas, sem descanso, sem condições de higiene e sem direitos. Pessoas sofriam acidentes, perdiam partes do corpo, mas a produção não podia parar. E o resultado: os ricos apenas se tornavam mais ricos e os pobres, mais pobres.
Com movimentos sindicais dos trabalhadores, muitos direitos (que deveriam sempre ter existido) foram conquistados e o proletariado passa a ter melhores condições. De qualquer forma, o burguês sempre arranja uma forma de continuar explorando, como no exemplo da “mais valia”, fenômeno estudado por Marx que demonstra a expropriação do valor do trabalho do proletário pelos donos dos meios de produção, que sempre acabam ficando com o lucro, e pegando ao trabalhador, menos do que o mesmo deveria ganhar.

Essa ambição, mesquinharia e egoísmo sem fim é o que tornou o mundo tão desigual. Homens colecionam mansões enquanto outros vivem debaixo de pontes. Do que adianta uma legislação que diz que todos têm direito a um lar, a saúde, educação e lazer, se quando eu olho para a realidade, vejo que isso de fato não acontece? Até quando países mais pobres vão ter sua matéria prima explorada, e seus trabalhadores serão obrigados a trabalhar em regime de escravidão (como o exemplo da marca de roupas ZARA) para que outras pessoas ostentem produtos caríssimos, fabricados sob o suor não-remunerado de seres humanos, assim como eles? Até quando pessoas morreram de fome, enquanto toneladas de alimentos são desperdiçados diariamente em shoppings e grandes estabelecimentos? Até quando pessoas morrerão nas filas de hospitais públicos que não possuem verba para comprar materiais simples como luvas e seringas enquanto milhões são desviados para o bolso de políticos corruptos? Sintetizando, até quando a ganancia irá sobressair a compaixão e empatia pelo próximo? Está é uma pergunta de uma importância tremenda, que com pesar, não sei responder.


Yan Douglas Alves Teles - 1ºAno - Direito/Noturno

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