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sábado, 25 de abril de 2015

Bacon e o Empirismo: do acaso à morte

       Francis Bacon, filósofo londrino que viveu durante o século XVII, é considerado um dos fundadores da ciência moderna. Sua contribuição no pensamento científico baseia-se no empirismo, que em oposição ao racionalismo (conhecimento através da razão), afirma que o verdadeiro conhecimento é adquirido através de experiências sensoriais, observações feitas através dos sentidos. Apesar de serem opostas, as teorias do racionalismo e do empirismo se complementaram formando a base da ciência moderna, o pensar e o sentir usados para transformar o mundo, domar a natureza. Bacon, além da experiência empírica, reconhecia a importância do racionalismo, porém, para ele, a observação empírica e o acaso tem sido mais úteis ao homem que o idealismo dos antigos, como fica explícito no aforismo VIII de sua obra Novum Organum : "Mesmo os resultados até agora alcançados devem-se muito mais ao acaso e a tentativas que à ciência. Com efeito, as ciências que ora possuímos nada mais são que combinações de descobertas anteriores. Não constituem novos métodos de descoberta nem esquemas para novas operações."
        Partindo desse aforismo, podemos perceber que várias descobertas e invenções que vieram após elas ocorreram ou pelo acaso ou pela experimentação, ou seja, basicamente experiências sensoriais e observação, bases do empirismo. O que seria do conhecimento celular se Robert Hooke não tivesse observado pedaços de cortiça em um microscópio? O que seria do microscópio se dois fabricantes de óculos não tivessem pelo acaso deparado com o conceito físico de ampliação e inventado o primeiro aparelho em 1591? O que seria da medicina moderna sem a invenção do microscópio, da descoberta da célula e das inúmeras observações empíricas que sucederam esses acontecimentos? Um dos maiores exemplos da união tripla de ciência, empirismo e acaso é a história da eletricidade, passando de Tales de Mileto até a atualidade, que vem se desenvolvendo constantemente com diversas descobertas e aplicações.
         Mas os sentidos e a observação não apenas servem para transformar a natureza, como propunha Bacon, mas também para estudar conceitos humanos que a muito são vistos com noções metafísicas, conceitos que conseguimos compreender mais pelo empirismo do que pelo racionalismo. Dentre eles podemos citar a fé, o amor, o medo e até mesmo a própria razão. Mas vamos nos concentrar em um deles que é menos abstrato: a morte. O que é a morte? Sem dúvida muitos usaram e usarão a razão, conhecimentos religiosos, idealismos e a metafísica para explicá-la, mas somente aqueles que sentem sua aproximação compreendem seu verdadeiro significado, apenas aqueles que sentem a perda causada pela morte sabem seu efeito, apenas aqueles que observam podem entender suas causas e apenas aqueles que de certa forma convivem com ela sabem o valor do sentido da vida. Não há dúvidas, para descobrir, inventar, compreender e fazer ciência é necessário sentir e observar, é necessário ser empirista.
 
                                                                                                Alexandre Roberto do Nascimento Júnior
                                                                                                1º ano Direito - diurno
                                                                                                Introdução à Sociologia - Aula 03

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