A ciência vem se modificando ao
longo dos séculos, cada vez mais alcançando novas conquistas e avanços para a
sociedade global. Um grande avanço da ciência ocorreu com Francis Bacon, em sua
obra, Novum Organum ou Verdadeiras
Indicações Acerca da Interpretação da Natureza, na qual procura sanar a
necessidade de se explicar a natureza íntima das coisas como eram de fato,
tomando por base a experiência vivida para interpretar o mundo como ele é,
usando essa experiência para guiar a razão.
Bacon propõe a ciência não como
mera contemplação como os filósofos antigos costumavam fazer para exercitar a
mente, mas como modificadora do mundo, para melhorá-lo, desenvolvê-lo. Assim, a
ciência passou a ser tratada como ferramenta útil para o homem, principalmente,
em seu tempo, para a então emergente burguesia, carente de um instrumento no
processo civilizatório da sociedade.
Apesar de ter vivido no final do
século XVI e início do século XVII, a obra de Francis Bacon possui grande
contemporaneidade. Sua proposta está bem difundida nas sociedades do século
XXI, como forma de busca do conhecimento de fato através da experiência.
Imaginemos que uma pessoa decida aprender a andar e fazer manobras de skate,
sem ao menos nunca ter experimentado algo do tipo, esta pessoa decide ver
vídeos na internet com ensinamentos sobre como andar e manobrar, passa horas
estudando afinco e decora todas as dicas e passos a serem tomados. Porém, ao
primeiro contato como skate, perceberá que ainda não possui o conhecimento
verdadeiro para o domínio desse esporte, que apesar de ter os passos a serem
dados “gravados em sua cabeça”, não consegue fazer seu corpo agir conforme a
teoria, assim, será necessário treino, até que possa ter experiência, para que
essa guie a teoria conhecida, para aplica-la de maneira correta, para ter o
verdadeiro domínio sobre o conhecimento dessa arte.
Este é apenas um exemplo do quão
atual a proposta de Bacon é, podemos vê-la também nos experimentos químicos,
físicos, nos testes de produtos das indústrias e até mesmo dentro de um
tribunal judiciário, no qual, mesmo se o jurista tiver decorado todo o Vade Mecum
(se é que isso seja possível), não conseguirá êxito se não possuir a prática
adquirida com a experiência.
Gabriel Magalhães Lopes
1º ano de Direito Noturno
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