Hoje tive um
sonho bem estranho. Sonhei que estava em um jardim, sentado em um banco, um
homem ao meu lado. Era um individuo meio esquisito, não parecia pertencer a
este tempo. Tinha cabelos pretos até a altura do queixo, usava barba e bigode,
na cabeça um chapéu.
Ele se apresentou, seu nome era
Francis Bacon. Nem preciso dizer como fiquei surpreso. Ele me disse:
- Tenho o observado. Seus esforços
para chegar a verdade nunca surtirão efeito se você não se livrar desses ídolos
que o amarram a eterna inutilidade.
- Ídolos? De que ídolos está
falando?
- Daqueles que lhe dá uma falsa
percepção do mundo em que vive – percebendo minha confusão, ele prosseguiu –
Você acredita que passar embaixo da escada trás azar. Mas que sentido isso faz?
Esse é o ídolo da tribo, uma distorção provocada pela mente humana, uma
incompetência dos sentidos.
“Seu ídolo da caverna está ligado à
criação extremamente rígida que teve, tanto em casa, quanto no colégio, onde
tudo que o senso comum diz ser errado ou imoral é visto como pecaminoso.”
“E sabe aquele seu amigo que está
sempre tentando influenciá-lo sobre os mais diversos assuntos, de futebol a
política? E você acaba sempre concordando com ele? Pois bem, esse é o ídolo do
foro. Ou seja, aquele presente nas relações pessoais.”
“E você adora Aristóteles, certo?
Acha bonito como ele usa as palavras, e a partir da razão chega à
experimentação. E tudo isso na sua mente parece fazer muito sentido. Mas me
diga uma coisa: dá para trazer o que Aristóteles prega para a realidade material?
Claro que não! Isso porque ele faz o caminho inverso para se chegar a real
interpretação do mundo. A experimentação deve levar a razão, e não o oposto!
Esse é o ídolo do teatro, representações teatralizadas da realidade, sempre
carregadas de equívocos.”
Sem dizer mais nada, ele levantou-se
e desapareceu. Acordei me sentindo confuso, mas, de alguma forma, com a mente
purificada. As amarras dos ídolos haviam se soltado e agora estava livre para
experimentar, investigar, interpretar. Enfim, estava livre para buscar a minha
real verdade.
Luiza Macedo Pedroso
1º ano Direito diurno
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