Alia-se então aos diversos aspectos sociais o capital, já
que este de uma forma ou outra manipula o desenvolvimento tecnológico e dá base
ä estrutura social. Para a análise da relação entre capital e ciência partindo
da interpretação marxista, é necessário primeiro considerar que este era um
filósofo e não um economista. Sua visão era muito mais teórica do que prática,
destacando-se durante a obra o conceito da alienação. A alienação do
trabalhador com relação ao fruto do seu
trabalho e ao próprio trabalho mostra-se constante nao apenas no trabalho braçal,
mas também no intelectual, devido a mecanização dos processos. Perde-se a noção
de uma alteração não apenas física e exterior, mas uma interior, a que
transforma o transformador, conceito já antecipado por Marx, mesmo que apenas
para o trabalho físico e não para o intelectual.
Outro ponto
interessante que vale a pena ressaltar é análise das ciências. Partindo do
princípio que a ciência engloba tanto o campo das exatas e biológicas como da humanas,
podemos afirmar que elas se moldam pelo capital investido. Um exemplo é o
investimento das pesquisas voltadas para a área da medicina e estética: a
aplicação do capital em serviços voltados para produtos e cirurgias que
prometem beleza e rejuvenescimento é muito maior que a aplicação do capital na
investigação da cura de certas doenças como chagas, que acomete pessoas de
baixa renda.
A
grande dialética é que se o Estado pouco se intervém, a sociedade fica a mercê
das decisões de empresas transnacionais, e, se o Estado muito se inervem, acaba
degenerando-se por excesso de poder e transfigurando uma intenção de auxilio
social em ferramenta de manipulação da classe que detêm o poder. Há, além
disso, o problema de que os investimentos privados apresentam resultados mais
imediatos, efetivos -mas dependem da decisão de mercado - e com excelência, já
que estimulam os profissionais com prêmios e também criam uma instabilidade
devido a competitividade, o que não acontece nos investimentos públicos,
permeados por nepotismos e morosidade, mas que também tem uma prioridade
social, não apenas comercial. Cuba, por exemplo, é um país socialista, de
regime autoritário que possui ótimos investimentos educacionais de origem
estatal, possibilitando, assim, que a medicina seja uma das mais avançadas do
mundo. Mas resta a dúvida: há a possibilidade de se ter o assistencialismo
cubano com o desenvolvimento tecnológico e a liberdade dos paises capitalistas?
Anna Carolina Kuusberg
Camila Bastos
Fernanda Marcondes
Karine Hungaro Cunha
Mariana Moretti
Rafaella Salomão
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