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domingo, 3 de junho de 2012

As máquinas vivem entre nós


Em seu livro "Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico" , Friedrich Engels disserta a respeito de um materialismo dialético posto como método científico e sobre um socialismo existente como uma idéia não aplicável na prática.
Em um dado momento da obra, Engels ainda afirma que o real existiria apenas como uma projeção de certa idéia e que tal fato ocasionaria conexões falsas e artificiais no ramo do cotidiano. No entanto, não seria este fato muito conveniente para determinado grupo social? Ora, manter as pessoas em um mundo de ilusões pode ser muito útil.
No filme Matrix, máquinas demasiadamente complexas utilizam o ser humano como fonte de energia para sua sobrevivência. A referida utilização acontece por meio de uma prisão mental, de um programa chamado Matrix no qual a população vive em uma realidade montada, na época em que as máquinas não eram uma constante.
Parece que as máquinas presentes na produção cinematográfica são, de certa forma, o que hoje denominamos elite dominante, afinal, a classe citada cria por meio de um controle social as obrigações, os sonhos e as condições de vida da maioria das pessoas no mundo, tudo para se perpetuar no poder, é claro.
Quais roupas são dignas de se vestir, que conquistas tornam uma vida significativa ou mesmo a idéia de que é importante trabalhar, tudo isso é pré-estipulado pelo grupo dominador, pelos líderes do capital, ora pois, estes precisam fazer a manutenção do sistema, ou seja, precisam estimular o consumo seja de produtos manufaturados, seja de “pensamentos base” – pensamentos como a noção de que é  válido trabalhar mais horas que o necessário para ganhar mais dinheiro, por exemplo, é um “pensamento base”, afinal de contas, proporciona mais lucro para o empregador e gera o desejo de consumir exageradamente.
Em suma, é essencial que aqueles, assim como Engels, os quais possuem o conhecimento de que idéias não são a solução dos males sociais e que estas podem ludibriar o homem, lembrem-se sempre: As máquinas vivem entre nós e são elas que moldam nossa realidade.



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