Ao refletirmos acerca de sistemas
econômico-sociais, deparamo-nos com dois métodos antagônicos: socialismo e
capitalismo. O primeiro, com base na classe proletária; o outro, embasado na
burguesia. Tais camadas são apenas faces diferentes de uma mesma moeda: a
sociedade.
O sistema capitalista, amplamente conhecido, é um
exemplo concreto de organização social. A burguesia, detentora dos meios de
produção, explorando a classe operária, dona da força de trabalho. Para muitos,
um destino inevitável; para outros, motivo para revolução. Marx e Engels
defendiam esta última hipótese: a revolução do proletariado.
Tais filósofos defendiam a ideia de um materialismo
histórico e, além disso, a dialética. A primeira defende a posição de que a
resposta para os males de qualquer época não está nas ideias, mas sim na
própria história. Por Marx, “A história se repete, a primeira vez como tragédia
e a segunda como farsa”. A evolução do conhecimento forneceria materiais para
esta análise e, consequentemente, proporcionaria o alcance das metas
socialistas. Já a dialética marxista demonstraria uma tese, sobre a qual
atuaria uma antítese, resultando em uma síntese.
Para Marx, a tese seria a exploração burguesa que,
contraposta pelo descontentamento dos proletários (a antítese) acabaria em uma
revolução (a síntese), instaurando um regime socialista. Isto também era
defendido por Engels, que acreditava ser o Socialismo uma fase incontornável da
história.
Por defender um estudo apoiado em fatos concretos,
e não somente em ideias abstratas, esse Socialismo ficou conhecido como
Científico. A cientificidade deste novo tipo, em contrapartida ao
Socialismo Utópico, estaria na busca por leis históricas e contradições inerentes
ao capitalismo.
Por fim, um aspecto que demonstraria essa
necessidade de revolução seria o conceito de mais valia, resumo
de toda a exploração sobre o trabalhador. A valorização dos produtos, apesar de
gerar lucros, não era destinada ao dono da força de trabalho, mas sim àquele
que possuía os meios de produção (a burguesia). Nas palavras de Marx, “A desvalorização do
mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas”.
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