A máquina foi lançada a todos os membros da família. Tornou-se então mais barato colocar crianças no meio fabril do que adultos, visto que enquanto um homem ganhava em torno de 45 xelins, três meninos ganhariam de 6 a 8 cada um, ou seja, juntando os três, no máximo 24 xelins. Devido à enorme procura por crianças, essas passaram a ser vistas e tratadas como escravos; existiam anúncios e até leilões de crianças, e os pais, obrigados pela necessidade de sobrevivência e também por desejarem manter seus filhos por perto concordavam com essa situação, sendo que nos casos em que não concordavam, muitas vezes matavam os filhos envenenados para não vê-los sofrer.
Tudo isso pode parecer muito indignante, mas atualmente essa idéia de usar crianças como mercadorias ou forma de ganhar dinheiro continua presente nas famílias. Meninos muito pequenos são vendidos, é exatamente esse o termo, para serem jogadores de futebol, por exemplo. A apresentadora mirim Maísa também trabalha desde os cinco anos em programas da SBT, um caso claro e exposto de trabalho infantil, entre muitos outros, mas que são tolerados pela sociedade e aparentemente não vistos pelo poder público. Existe até um certo orgulho em ver essas crianças expressando sua genialidade tão precocimente, ainda mais porque são também provedoras de recursos para a família. Precisa-se realmente pensar nas consequências desses exemplos nas mentes tão facilmente impressionáveis das outras crianças que assistem à essas subtrações da infância.
Esses exemplos, os antigos e os atuais, são uma demonstração daquilo que é a grande sacada do capitalismo: sua enorme capacidade de adaptação às diversas situações impostas pela evolução da sociedade. Houve, no decorrer da evolução desse sistema, lutas pelos direitos dos trabalhadores e das crianças, de modo que atualmente não é tão comum encontrar, na maioria dos países, menores de 14 anos operando máquinas nas fábricas, mas o trabalho infantil ainda persiste camuflado, ou talvez na verdade ignorado pela grande massa populacional. Apesar da melhora conquistada através das legislações trabalhistas e dos estatutos de menores e adolescentes ao redor do mundo, ainda precisamos acabar com a hipocrisia da sociedade. Aturar crianças famosas nos campos do entretenimento (por exemplo na TV ou nos esportes) trocando sua infância por dinheiro não deixa de ser trabalho infantil porque é bem remunerado ou prestigiado. Uma criança privada de seu tempo livre e de educação pelo trabalho não se desenvolvera de forma saudável, tanto no ponte de vista social como físico.
Escrito pelo Grupo 3: Nathalia Marcelino Vieira, Heloisa Tenello Bretas, Adri Nayane de Souza, Carolina de Rousset e Vicente Videira
Escrito pelo Grupo 3: Nathalia Marcelino Vieira, Heloisa Tenello Bretas, Adri Nayane de Souza, Carolina de Rousset e Vicente Videira
Nenhum comentário:
Postar um comentário