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segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Materialismo Dialético frente ao Socialismo e ao Capitalismo nada bobinho

Em "Do socialismo utópico ao socialismo científico", Friedrich Engels expõe seus pensamentos e teorias, sendo principais as exposições do materialismo dialético e do socialismo.
O materialismo dialético seria uma espécie de aprimoramento da dialética de Hegel, tornando-a mais realista. Tese, síntese e antítese: as três conhecidas palavras que resumem a dialética de Hegel. Hegel se utilizou dessa forma de pensar para analisar o social também: para ele, as transformações culturais geravam como consequência mudanças no econômico, político e social. Portanto, tese e antítese geravam uma nova síntese cultural que vigoraria no tempo seguinte e modificaria todo o resto. Já o materialismo dialético analisa o social de forma diferente: é a economia, é o material, que com suas modificações gera transformações no resto. Para Engels, não é o cultural que modifica o econômico, mas o aspecto econômico, ou o modo de produção, que modifica todo o resto. Tese e antítese, compostas de opressores e oprimidos economicamente é que geram as novas sínteses sociais, que podem facilmente ser identificadas através do que é abrangido no direito. Portanto, o materialismo dialético é uma forma realista de observar o mundo.
Já o socialismo seria a nova síntese resultante da tese burguesa contra a antítese proletária. Seria instituído pela apropriação do Estado burguês pelo proletariado após um grande tempo de acumulação da tese e opressão sobre a antítese, cada vez mais insatisfeita até fazer a revolução (que seria inevitável com o constante aumento da opressão e acumulação). O socialismo utilizaria da grande ferramenta tecnológica capaz de gerar riqueza em abundância para todos para garantir a divisão dessa riqueza e estruturação do regime até que todos estivessem aderindo plenamente ao socialismo para posteriormente até extinguir o Estado.
São grandes ideias expostas pelo mesmo pensador na mesma obra uma explicando a outra, mas atualmente, se o realismo do materialismo dialético for utilizado, este não negaria o próprio socialismo?
O raciocínio é lógico: os defensores do capitalismo sempre exaltam a facilidade com que este se adapta a qualquer crise que apareça. O capitalismo é sim, muito flexível. E as classes trabalhadoras não tem se constituído em uma real e grande opositora do regime, já que para diminuir a opressão bastou que algumas condições de trabalho e remuneração fossem melhoradas. Ao mesmo tempo, marcas como McDonald's, Coca-Cola, Apple, Nike e Adidas, símbolos do capitalismo, mostram-se extremamente sedutoras e cobiçadas. Por si só, as marcas já causam um impacto psicológico no consumidor impressionante e as forças econômicas delas são gigantescas. Até no caráter ideológico elas tem se tornado uma grande força: o recente "os bons são maioria" da Coca-Cola e "o impossível é nada" da Adidas são frases de impacto e que se tornaram referência de pensamentos positivos. Se até o ideológico parece dar suporte aos símbolos do capitalismo, nada mais normal do que pensar que a permanência deste parece inevitável. É realmente muito difícil pensar em uma instituição do socialismo na sociedade atual, ainda que seja uma grande ideia.
Certamente a culpa não é de Engels, que não viveu o suficiente para ver o que o capitalismo se tornaria. Como consolação ficam os direitos dos trabalhadores, das minorias e os de inclusão que são ótimas coisas no tempo atual. É realmente uma pena a impossibilidade do socialismo (vale dizer que nenhum dos países comunistas chegou a concluir o processo de estabelecimento do socialismo de Engels), mas é uma pena maior ainda que Engels não esteja mais vivo para propor uma nova teoria de real melhoria social.

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