Marx e Engels iniciam uma nova perspectiva acerca da história, essa é dialética (como já disse Hegel), mas se transforma não a partir da Cultura e sim da estrutura econômica. Funda-se então o Materialismo Histórico que tem como lei principal a luta de classes como motor da história, sua função é desvendar as leis do desenvolvimento histórico.
O que esse pensamento não previu, e o que levou à sua “ineficácia”, é a capacidade do capitalismo de se transformar. O socialismo para se concretizar precisa que o antagonismo burguesia/trabalhadores esteja em seu grau máximo, tornando-se, portanto, insustentável e viabilizando a transformação social através da revolução e não da reforma.
O capitalismo, no entanto, se mostrou mais astuto, e para continuar existindo reduziu as contradições sociais ao longo tempo e contou com diversas ferramentas. Num primeiro momento tem-se: a incorporação dos sindicatos e seu reconhecimento, o aumento dos salários (e conseqüente aumento de produtividade e consumo), e mais tarde, o abandono do sistema muito especializado, o trabalhador passou a compreender o processo total da produção e participar dele.
O capitalismo contou também ao longo do tempo com a sedução das massas, cria-se no povo o desejo de consumir os produtos do capital, fazer parte da tecnologia. A ideologia consumista e reconhecimento de alguns direitos contribuíram muito para a aceitação do capitalismo e alienação da massa em relação à exploração, o trabalhador não mais se vê como classe explorada.
Erra-se ao pensar, no entanto, que o pensamento socialista é, hoje, inútil. A forma de pensar de Engels e Marx é usada até hoje para compreender a história, a economia e o direito como faces de um mesmo sistema, cuja concatenação segue um foco comum. O socialismo não se concretizou como previram os autores, mas ele deve continuar a ser estudado e sua “impotência” não é definitiva, ele pode voltar a ter força efetiva quando for percebida a ainda existente contradição capitalista que foi apenas maquiada.
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