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segunda-feira, 20 de junho de 2022

MARX AGAINST THE MACHINES

O ano é 1999 e Marx desperta após 116 anos de sua morte, contudo, ele se depara com uma realidade diferente da antiga Inglaterra, nessa nova era, a revolução industrial não era mais um processo embrionário, não era mais um regime em transição, a revolução se tornou a realidade em si, não havia resquícios da antiga vida no campo, não havia mais sequer uma vida rural, a metrópole dominava todo o espaço.

Marx levanta-se de sua cama e súbito escuta o som de carros e ruídos de máquinas na janela, assustado, ele resolve espiar e observar o que se passava. Ao observar o tráfego, ele vê como o mundo mudou, não havia mais transeuntes pelas passarelas de Londres, só havia carros e carros. Por fim, ele começa a delirar e tentar compreender a realidade em que se encontra, contudo de nada adianta, não é mais a mesma que ele havia deixado há um século atrás.

Meses se passam...

Após um longo período de adaptação, Marx percebe que o mundo nada mudou, contudo havia ali, naquela realidade, algo pior do que século XIX, as pessoas dessa vez não alimentavam mais o ideal socialista de lutar contra o sistema, elas estavam conformadas, e ao contrario do que deveriam defender, maldiziam as ideias comunistas, elas eram erradas, e o certo seria a sujeição aos regimes capitalistas, só assim seria possível uma vida boa. Pior que maldizer as ideias socialistas, havia pessoas que defendiam uma autarquia das grandes corporações, se diziam liberais, se diziam anarco-capitalistas, frutos desse mundo, onde quem mandava era a burguesia, e os cidadãos eram meras marionetes do sistema, gado cego por dinheiro.

O filósofo tenta então lançar um discurso, afim de uma melhor compreensão suas palavras foram traduzidas para o português:

Cidadãos, vocês estão cegos! Sim! Cegos pela ganância, não enxergam como tudo isso é sem sentido? Operários que seguem à risca as instruções do patrão, em troca de que? De um mínimo de números inventados, não entendem como isso é mal? O mundo cada vez mais destruído, pessoas entregues a telas pra todo lado, são meras máquinas do sistema, vocês são humanos, não fantoches do capitalismo, não enxerga como isso é prejudicial...

Nesse momento, ele é vaiado ‘’COMUNISTA’’ ‘’VOLTA PRA CUBA MALANDRO’’. As vaias não cessavam, e Marx já não tinha mais esperanças há essa altura do Campeonato, levanta-se e retorna pra sua casa. Ele também se conforma e se torna mais um operário, que logo morre na contramão atrapalhando o tráfego.

 

A história repete-se sempre, pelo menos duas vezes", disse Hegel. Karl Marx acrescentou: "a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa."


 

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