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segunda-feira, 20 de junho de 2022

Existe liberdade quando estamos submetidos ao Capitalismo?

            É comum ver aqueles que repudiam com tanta veemência as linhas ideológicas Marxistas usarem a bandeira da liberdade como argumento. Afinal, qual liberdade, de fato, existe dentro de sociedades submetidas ao Capitalismo, defendida por esses?

            Primeiramente, ao pensar em nossas relações sociais, pode-se ver a influência do sistema capitalista na construção dessas. Tratando de tais relações aqui, pensa-se principalmente nas relações pessoais, como aquelas com nossas famílias, amigos e amores, e quão influenciadas são pelo sistema em que vivemos. Os filhos, como tal, por muito tempo foram vistos como a criação de mais mão de obra e, consequentemente, mais colaboração para a renda familiar. Talvez, ao analisar nossas relações afetivas fora da família, nos deparemos com a oculta necessidade de ter pessoas com poderes aquisitivos similares e com a dificuldade de ter relações fora desse padrão. Afinal, realmente escolhemos nossos círculos sociais?

            Ademais, as liberdades tão gritadas por aqueles que se dizem apoiadores do Capitalismo comumente se relacionam com a liberdade de ir e vir, de ter acesso a produtos e tecnologias que esses veem como fundamentais. Porém, ao analisar o cenário brasileiro atual, por exemplo, qual é a validade existente em ver que um seleto grupo tem a suposta liberdade de viajar, adquirir itens com preços exorbitantes – e utilidades ínfimas –, enquanto a grande maioria da população sequer tem o capital necessário para se deslocar até seus locais de trabalho e manter uma rotina alimentar? A liberdade que tanto se preza é, na realidade, o privilégio de uma pequena quantidade de pessoas frente à miséria da esmagadora maioria.

            Por fim, para Marx, as relações sociais eram delineadas pelas relações de produção e isso é visto, até hoje, no mais simples cotidiano. Para além, até mesmo a mídia e a cultura de massa dentro do Capitalismo criam uma supressão da liberdade, a de pensamento nesse caso. Entende-se, assim, que enquanto estivermos subjugados ao Capitalismo, não haverá uma relação de pessoas livres ou não, mas tão somente a relação entre privilegiados e explorados, que, com forças extremamente limitadas, tentam se ver minimamente livre das tantas manobras que fazem perpetuar o Capitalismo.


Patrícia André - Direito - 1° ano, noturno 

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