É comum ver aqueles que repudiam com tanta veemência as linhas ideológicas Marxistas usarem a bandeira da liberdade como argumento. Afinal, qual liberdade, de fato, existe dentro de sociedades submetidas ao Capitalismo, defendida por esses?
Primeiramente, ao pensar em nossas relações sociais,
pode-se ver a influência do sistema capitalista na construção dessas. Tratando
de tais relações aqui, pensa-se principalmente nas relações pessoais, como
aquelas com nossas famílias, amigos e amores, e quão influenciadas são pelo
sistema em que vivemos. Os filhos, como tal, por muito tempo foram vistos como
a criação de mais mão de obra e, consequentemente, mais colaboração para a
renda familiar. Talvez, ao analisar nossas relações afetivas fora da família,
nos deparemos com a oculta necessidade de ter pessoas com poderes aquisitivos
similares e com a dificuldade de ter relações fora desse padrão. Afinal,
realmente escolhemos nossos círculos sociais?
Ademais, as liberdades tão gritadas por aqueles que se
dizem apoiadores do Capitalismo comumente se relacionam com a liberdade de ir e
vir, de ter acesso a produtos e tecnologias que esses veem como fundamentais.
Porém, ao analisar o cenário brasileiro atual, por exemplo, qual é a validade
existente em ver que um seleto grupo tem a suposta liberdade de viajar, adquirir
itens com preços exorbitantes – e utilidades ínfimas –, enquanto a grande
maioria da população sequer tem o capital necessário para se deslocar até seus
locais de trabalho e manter uma rotina alimentar? A liberdade que tanto se
preza é, na realidade, o privilégio de uma pequena quantidade de pessoas frente
à miséria da esmagadora maioria.
Por fim, para Marx, as relações sociais eram delineadas
pelas relações de produção e isso é visto, até hoje, no mais simples cotidiano.
Para além, até mesmo a mídia e a cultura de massa dentro do Capitalismo criam uma
supressão da liberdade, a de pensamento nesse caso. Entende-se, assim, que
enquanto estivermos subjugados ao Capitalismo, não haverá uma relação de pessoas
livres ou não, mas tão somente a relação entre privilegiados e explorados, que,
com forças extremamente limitadas, tentam se ver minimamente livre das tantas
manobras que fazem perpetuar o Capitalismo.
Patrícia André - Direito - 1° ano, noturno
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