Segundo Max Weber, a ação social do indivíduo se movimenta pela mobilização de valores, os quais são transmitidos pelas instituições sociais. Para realizar uma interpretação compreensiva da realidade brasileira é necessário analisar os valores e as instituições que moldam as ações individuais.
Uma instituição de grande influência na história brasileira é
a Igreja católica. Seu surgimento no Brasil remonta ao século XVI, quando
jesuítas vinham com a missão de catequizar indígenas. Assim, a influência da
religião cresceu à medida que a sociedade civil brasileira se desenvolveu, haja
visto a compilação de preceitos religiosos em cartas nacionais. Na atualidade, os
valores religiosos ainda persistem no ideário de muitos indivíduos, a exemplo
da influência do protesto de religiosos contra o aborto realizado em uma menina
de 10 anos, estuprada durante 4 anos por um familiar, sobre um hospital, o qual
se recusou a realizar o procedimento, apesar deste ter sido aprovado pela
justiça.
Nesse sentido, o Estado é outra instituição que molda as
ações sociais, principalmente pelo âmbito jurídico. Isso porque, o direito é
elaborado para orientar as ações a fim de garantir uma harmonia nas relações
sociais. Contudo, o direito é também formulado sob influência da instituição
mercado capitalista, o qual tem seus valores, como a defesa da propriedade
privada, codificados. Desse modo, o direito passa a transmitir tais valores em âmbito
nacional e de forma mais incisiva, pois o descumprimento das legislações pode acarretar
sanções.
Os indivíduos são desde cedo ensinados sobre tais valores, o
que resulta num processo de interiorização destes. Portanto, ao agirem, os indivíduos
não questionam os valores envolvidos na ação. Além do mais, quando os
indivíduos analisam de forma critica os valores impostos pela sociedade, ele não
só os critica, mas também critica as instituições que os formulam. Por isto, o
questionamento de valores da religião, do Estado e do mercado na sociedade brasileira,
uma sociedade extremamente conservadora, é visto como subversivo por estas instituições,
as quais passam a disseminar frases como “isto é coisa do demônio”, “isto é
coisa de comunista” quando esse questionamento ocorre.
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