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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Bolsonaro: reflexo de todo brasileiro que vangloria o exterior e menospreza seu próprio país

 

O livro de Jessé Souza, “A Ralé Brasileira”, explora como uma fonte moral o expressivismo, no qual cada pessoa deveria possuir sua própria voz, de modo que não haja universalização, já que as pessoas não são iguais e, por isso, suas ideias nem sempre são compatíveis.

    No entanto, não é fácil viver de tal forma em um mundo capitalista que possui uma indústria cultural extremamente manipuladora, que produz vários “modos de vida”, tornando os indivíduos produtos de uma ideia geral, na qual o pensamento individual não possui voz, ou seja, não há individualidade, autenticidade e expressivsmo.

Muito dessa ideia vem da influência de outras culturas, visto que o brasileiro procura, o tempo todo, estar a par das tendências lançadas nos outros países, de modo que valoriza aquela cultura, na maioria das vezes, bem mais do que valoriza a sua própria. Isso está muito presente quando falamos dos Estados Unidos, porque muitos brasileiros possuem a tal “síndrome do vira-lata”, em que acham que tudo que provém do exterior é melhor e mais luxuoso.

No entanto, basta observar o sistema de saúde estadunidense para percebermos que o Brasil possui um dos melhores sistemas de saúde públicos do mundo, o SUS, que é invejado por muitos países. Apenas os próprios brasileiros não valorizam um órgão, literalmente, vital para a vida dos nossos cidadãos.

Outro exemplo dessa bajulação aos Estados Unidos faz-se na política, com a relação de Jair Bolsonaro e Donald Trump, um líder e outro ex-líder, respectivamente, da direita americana.

Toda essa ideia da lógica colonial também está presente na ideologia do mérito, muito comum entre os brasileiros privilegiados, que acreditam que para alcançar grandes conquistas, basta uma “grande dedicação”. A partir desse tipo de afirmação podemos perceber a ideia errônea que se perpetua na sociedade brasileira de que, mesmo que a realidade das pessoas seja totalmente diferente, elas ainda possuem as mesmas oportunidades. Isso porque se baseiam em 1% da população carente que consegue superar os obstáculos e adversidades e conquistam um futuro no exterior, ou uma vaga em uma boa universidade pública, ou um bom emprego. Dessa forma, baseiam toda uma lógica de meritocracia em cima daquilo que é a exceção, não a regra.


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