A Sociologia é uma ciência relativamente nova, uma vez que
possui seu nascimento no século XIX, enquanto que outras a matemática, por
exemplo, é algo milenar na História. Contudo, mesmo com essa diferença de tempo
de vida, é impossível negar que a Sociologia possui enorme importância no
entendimento do funcionamento da vida em sociedade, e para conseguir esse
impacto, uma série de pensadores desenvolveram estudos nesse âmbito.
Sendo a tríade principal
formada por Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber, com esse último possuindo
uma visão pautada principalmente na elaboração de uma variante dessa ciência,
chamando-a de Sociologia Compreensiva, imprescindível para visualizar as mais
diversas sociedades em suas particularidades, tal qual é o caso do Brasil e sua
ralé.
Isso porque, Weber prioriza a busca por uma explicação
interpretativa da sociedade em si, diferentemente de apenas analisar os fenômenos
por ela produzidos, de modo que, procura as motivações para a realização do que
ele denomina de ação social. Nesse sentido, é preciso compreender que o alemão
mantém sua Sociologia em estrita correlação com os valores históricos presentes
em uma população especifica, uma vez que seu processo de formação é
extremamente particular e molda completamente o modo de vida de cada indivíduo-
Principal objeto de observação e estudo de Weber- podendo assim analisar o
impacto produzido pela cultura nessas ações sociais provindas dos indivíduos
membros dessas comunidades. Tal fato só é possível porque ele define cultura
como um valor capaz de condicionar completamente a visão de cada pessoa sobre a
realidade que a engloba.
Em meio a essa complexa teorização da procura pela
compreensão desses valores que movem os indivíduos, o sociólogo brasileiro, Jessé
Souza disserta em sua obra “Ralé Brasileira” a notoriedade desse entendimento
de que o modo de vida pelo qual o povo verde-amarelo se relaciona com o mundo é
muito maior que aquelas simples denominações de “jeitinho brasileiro”, “país do
futebol”, “o povo do samba e do carnaval”.
Isso decorre do fato que a compreensão racionalista, tal
qual Max Weber se empenhou em construir, mostra que uma nação inteira não pode
ser empacotada em meros estereótipos sociais, uma vez que, a História de
construção do Brasil é uma amalgama riquíssima de valores europeus, indígenas,
africanos, asiáticos, entre outras culturas. Portanto, é impossível que tamanha
complexidade de instituições presentes na nossa sociedade hodierna seja tão
simples a ponto de ser explicada somente como jeitinho brasileiro, pelo
contrário, cada ação social de um brasileiro seria facilmente um objeto de
estudo sociológico que encantaria a alma de Weber profundamente.
Ainda nessa ligação entre as obras weberianas e de Jessé
Souza, é também preciso observar a maneira pela qual as relações de poder e
dominação atuam no país de dimensões continentais da américa latina. Assim,
faz-se entendível na visão do primeiro que dominação é a expressão do poder,
cuja significação pode ser definida como a probabilidade de impor a própria
vontade em uma relação social, mesmo contra resistência.
Logo, no contexto brasileiro, as classes dominantes de
caráter capitalistas liberais buscam incansavelmente suprimir as demandas de
seus trabalhadores, imprimindo a eles o desejo de serem bem-sucedidos, um
conceito propagado como uma utopia inalcançável, na qual o indivíduo
conseguiria por mérito próprio adquirir as maiores regalias provindas de sua riqueza.
O “único” problema nessa questão é que os brasileiros não partem de um mesmo
patamar, portanto, a grande maioria da população precisa sacrificar sua vida
inteira em busca dessa ilusão vendida como alcançável a todos.
Matheus Granucci Burgarelli- 1° ano, Direito Matutino
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