Houve
uma época que o dia sete de setembro era motivo de orgulho e felicidade para a
grande maioria, entretanto, no atual cenário que se encontra o Brasil, é
difícil de se entender o que tantas pessoas foram comemorar nas ruas, será que
foi o gás a mais de cem reais? A gasolina a sete reais? As mais de 500 mil
mortes ocasionas pelo corona vírus? Ou os
15 milhões de desempregados?
O
que podemos entender de uma situação como essa é que a dominação carismática de
um líder político, Jair Bolsonaro, faz com que tenham veneradores que
considerem suas ideias incríveis, sendo cegados por esses ideais, dessa maneira
se torna impossível deles enxergarem a realidade que estão vivendo. O exercício
do poder determina o modo de conduzir a vida, e nesse sentido, se temos um
governante que incita ódio, aqueles que o apoiam irão seguir essa linha de
raciocínio.
O
Brasil que vivemos é difícil de compreender, mas para tentar fazer uma análise
compreensiva desse país, é preciso levar em consideração o que norteia as
relações sociais. As instituições não são externas aos indivíduos, na
realidade, elas estabelecem uma hierarquia de valores no comportamento humano.
Para Webber, os valores são responsáveis por moverem as ações sociais dos indivíduos,
e essas, quando juntadas, representam a relação social. A ação social é a
maneira que o homem se comporta em relação a outra pessoa, não vai ser a
sociedade que determinará a ação do indivíduo, mas as diferentes ações sociais
influenciam a sociedade.
Nesse
sentido, temos, de modo generalizado, dois grupos que possuem ações
características na atual sociedade brasileira: a) pessoas que estão indignadas
com a situação que o país está passando, revoltados com a gestão do presidente
e pedem mudanças legais; b) aqueles que veneram um presidente com um discurso
de ódio, que está tendo uma má gestão e pedem pela volta do militarismo. É
importante frisar como a legitimidade (aceitação diante da dominação) está
diretamente ligada ao grupo b, que aceita como algo válido as ações absurdas do
presidente e ainda o defende para a reeleição. Cabe ressaltar o perigo que o
Brasil está passando, cidadãos pedindo em manifestações, que são garantidas
pela Constituição Federal, a volta da ditadura militar.
O
autor Jessé José Freire de Sousa, em sua obra “A ralé brasileira: quem é e como
vive” aborda um ponto importante quando trata da cultura no Brasil. Ao deferir
frases como “o problema do Brasil é o brasileiro” a sociedade passa a legitimar
essa ideia, e se estagna no pensamento de que esse é o nosso “jeitinho”. Seguindo
esse pensamento, os defensores do Presidente Bolsonaro se apoiam nessa ideia
para defendê-lo, argumentando que as frases absurdas que ele fala são causadas
pelo seu jeito, que ele não quis dizer aquilo e normalizam essa situação.
Julia Carlim Piva - direito noturno
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