Assim como Weber que estava preocupado em entender como as estruturas da sociedade se estabelecem no Estado burocrático nacional e como essas estruturas são responsáveis por criar os espaços de relações entre os indivíduos, diversas pessoas ao longo do tempo buscaram a recorrente tentativa de formulação de interpretações acerca da realidade social. A diversidade se dá ainda mais por haver inúmeros olhares sobre o País, centrando-se, cada qual, num campo de saber específico. Ressaltando-se que o “nosso” País possui uma vasta territorialidade geográfica, cultural, econômica e política.
No mesmo sentido, Jessé Souza
afirmou que, “não se pode separar a cultura das instituições e das práticas
institucionais e sociais que lhes correspondem”. Consequentemente, ao realizar
uma reflexão, verifica-se que o comportamento das pessoas é garantido
difusamente dentro de um âmbito específico mediante a aprovação ou reprovação
social de determinado comportamento. Portanto, não existe definição “universal”
possível acerca do que é “racional” ou do que seja “racionalidade”. A forma
como a racionalidade vai ser definida em cada sociedade específica depende,
desse modo, da matriz civilizacional a qual essa sociedade particular pertença.
Quanto a questão meio de gerar
riqueza, que na presente realidade, pode-se dizer que para muitos cidadãos
brasileiros são apenas meios de sustento e sobrevivência, o mercado cria riquezas
com uma eficiência singular, mas também produz, simultaneamente, desigualdades
e injustiça social de todo tipo. Logo, o Estado pode agir das mais diversas
maneiras, dependendo da correlação de forças política que esteja no controle do
poder de Estado.
No caso do Brasil, o Estado
sempre teve uma dinâmica própria, antecipando-se a qualquer pressão ou demanda
e desde logo moldando os canais de descompressão do sistema. Ainda, os donos do
poder controlam a máquina burocrática, de conteúdo ainda significativamente
patrimonialista, o qual uma estrutura de leis impessoais e universalistas e um
sistema de relações pessoais que permite tornar essas mesmas leis casuísticas e
flexíveis. Logo, o "jeitinho" atua como uma das formas de
manifestação do formalismo.
Por fim, o fenômeno da
burocratização, definido por Weber continuará a se expandir, sem, contudo,
eliminar a pessoalidade como característica estrutural brasileira. Estrutura
esta que dificulta a cada instante a compreensão do meu, o seu, o nosso país,
mas que não impossibilita entender a raiz estrutural do bom e velho Brasil.
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