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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Raiz estrutural do meu, seu, nosso país.

    Assim como Weber que estava preocupado em entender como as estruturas da sociedade se estabelecem no Estado burocrático nacional e como essas estruturas são responsáveis por criar os espaços de relações entre os indivíduos, diversas pessoas ao longo do tempo buscaram a recorrente tentativa de formulação de interpretações acerca da realidade social. A diversidade se dá ainda mais por haver inúmeros olhares sobre o País, centrando-se, cada qual, num campo de saber específico. Ressaltando-se que o “nosso” País possui uma vasta territorialidade geográfica, cultural, econômica e política.

    No mesmo sentido, Jessé Souza afirmou que, “não se pode separar a cultura das instituições e das práticas institucionais e sociais que lhes correspondem”. Consequentemente, ao realizar uma reflexão, verifica-se que o comportamento das pessoas é garantido difusamente dentro de um âmbito específico mediante a aprovação ou reprovação social de determinado comportamento. Portanto, não existe definição “universal” possível acerca do que é “racional” ou do que seja “racionalidade”. A forma como a racionalidade vai ser definida em cada sociedade específica depende, desse modo, da matriz civilizacional a qual essa sociedade particular pertença.

    Quanto a questão meio de gerar riqueza, que na presente realidade, pode-se dizer que para muitos cidadãos brasileiros são apenas meios de sustento e sobrevivência, o mercado cria riquezas com uma eficiência singular, mas também produz, simultaneamente, desigualdades e injustiça social de todo tipo. Logo, o Estado pode agir das mais diversas maneiras, dependendo da correlação de forças política que esteja no controle do poder de Estado.

    No caso do Brasil, o Estado sempre teve uma dinâmica própria, antecipando-se a qualquer pressão ou demanda e desde logo moldando os canais de descompressão do sistema. Ainda, os donos do poder controlam a máquina burocrática, de conteúdo ainda significativamente patrimonialista, o qual uma estrutura de leis impessoais e universalistas e um sistema de relações pessoais que permite tornar essas mesmas leis casuísticas e flexíveis. Logo, o "jeitinho" atua como uma das formas de manifestação do formalismo.

    Por fim, o fenômeno da burocratização, definido por Weber continuará a se expandir, sem, contudo, eliminar a pessoalidade como característica estrutural brasileira. Estrutura esta que dificulta a cada instante a compreensão do meu, o seu, o nosso país, mas que não impossibilita entender a raiz estrutural do bom e velho Brasil.

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