Uma das principais particularidades do regime capitalista mundial é o cidadão de classe baixa ou média que se posiciona politicamente para defender e legitimar pensamentos e ações da burguesia, muitas vezes este indivíduo apoia pautas que irão prejudicá-lo. As raízes deste tipo de comportamento provém: do forte impacto exercido pela moral burguesa na cultura brasileira e do poder de conrole empreendido pela grande maioria das instituições cívicas a serviço da classe dominante. A partir desse cenário, o brasileiro é influenciado a louvar os mais ricos e condenar os menos abastados, de tal forma que uma falsa meritocracia se estabeleça na mente das pessoas. Apesar de díficil de se compreender, o desfavorecido pelas políticas governamentais e apoiador de uma elite que não se cansa de prejudicá-lo, é fruto de uma cultura burguesa presente em diferentes manifestações sociais (arte, religião, educação,etc.). Um exemplo desse comportamento está descrito na obra de Max Weber, "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", na qual o pensador alemão defende a ideia de que a religião protestante foi fundamental para as finalidades capitalistas, ao propagar a noção de que o trabalho é santo e só labutando se atingirá o paraíso, grande parte do proletariado temente a Deus passou a glorificar o trabalho e a enxergar os mais ricos como seres merecedores do lucro. Outro aspecto relacionado aos oprimidos que exaltam seus opressores é a questão das instituições cívicas que estão a serviço da elite. A principal instituição transformadora de um país é a Educação, sendo primordial a forma como o ensino é passado aos esstudantes. Desde sua implantação no país, a escola tem adquirido cada vez mais um perfil meramente técnico e pouco crítico. O resultado desse cenário é a formação de uma geração de profissionais sem criticidade e conhecimento político, que acabam sendo vítimas de discursos prontos da classe dominante. O exemplo educacional é mais um perante vários da burguesia, onde os mais ricos usam de seu poder político para embutir seus ideais e moral nas instituições públicas, de tal forma que uma multidão de pessoas seja manipulada por eles. Destarte, depreende-se que os mais pobres que defendem seus opressores são fruto de uma estratégia de manipulação montada pela burguesia. Tal grupo usa de sua cultura dominante e controle das instituições cívicas para propagar a ideia de que sua hegemonia é positiva e de que o menos abastado também pode fazer parte dessa elite (discurso meritocrata). Cabe, segundo Weber, aos cidadãos enxergar essa estrutura e instituições burguesas de dominação da população e assim, promover críticas a esse quadro. E através da Educação, garantir a todos o acesso ao pensamento político próprio.
Nome: Pedro Miguel Segalotti Rueda - Direito (Matutino) - RA: 211222453
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