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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Amanhã há de ser outro dia

Comida, vacina, moradia adequada, educação e saúde são algumas das coisas que todos deveriam ter acesso, que são o mínimo para se viver. Mas será que se tornou uma utopia esperar por isso? A realidade brasileira está longe de alcançar todos esses pontos, e no momento atual é ainda mais inconcebível essa ideia, pois além de estarmos inseridos na lógica do sistema capitalista, liberal na economia e conservador nos costumes, tudo o que remete à destruição da democracia está personificado em Bolsonaro.

Como toda sociedade, nós estamos intrinsecamente ligados uns aos outros, seja pela cultura ou pela economia, e muitas ações são derivadas de coisas que já vimos outros fazerem. Ainda, existem diferentes modos de pensamento e divisões sociais, que se encontram muito explícitos atualmente, mas é a minoria burguesa que controla os modos de produção e o sistema vigente, e são os interesses dessa classe que irá se sobrepor, causando a desigualdade social.

Desse modo, é fácil para essa classe falar que bandido bom é quando está morto, que a pessoa comprou uma BMW com muito suor do trabalho dela, que inclusive conseguiu o emprego a partir da indicação de um amigo, e se a pessoa construiu um patrimônio é porque ela mereceu, que a plebe está reclamando de barriga cheia, “o que é sete reais num litro da gasolina? ”, a viagem de final de ano para eles está garantida de qualquer forma. Todas essas falas só mostram que a burguesia mantém o controle sobre todas as áreas, e não está disposta a ideias progressistas que possam, de alguma forma, acabar com seu status. Enquanto isso, a classe trabalhadora, que é a maioria no país, está a cada dia ficando sem emprego, com fome, doente, e ainda precisa escutar que “ah, é só dar um jeitinho”. Não, não existe jeitinho, isso não é forma de se viver com dignidade, é pura necessidade de sobrevivência.

Então, hoje a realidade no Brasil permanece em meio a dificuldades, muitas vezes intensificada pela tamanha pressão e influência da burguesia, sendo importante lembrar do nosso passado, que pode servir de explicação para várias coisas que continuam em vigor, entre elas o racismo e a desigualdade, e a forma como o Estado e o mercado agem aprofunda o problema ainda mais, como diz Jessé Souza. Mesmo assim, o povo brasileiro é resiliente e tem esperança por dias melhores, como canta Chico Buarque, cantor que viveu as diversas problemáticas do período da ditadura e mesmo com as censuras não calou sua voz: “ Apesar de você/ Amanhã há de ser/ Outro dia/ Eu pergunto a você/ Onde vai se esconder /Da enorme euforia/ Como vai proibir /Quando o galo insistir/ Em cantar/ Água nova brotando/ E a gente se amando/ Sem parar”.

Lívia Maria M. Bonifácio, turma XXXVIII, matutino

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