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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Um teatro sem rubrica



Nessa grande peça de teatro
Nesse mundo putrefato
De fato, o que fazer?
Os homens, seus papéis,
Encenam num palco de asfalto,
O foco é a luz do semáforo,
E vestem uma marca que vem de longe.
De onde? Estados Unidos. Inglaterra. Holanda.
China?
A superação.
Supera-se os percalços da encenação.
A luz que faltou, o texto mal decorado.
As classes, a escola francesa.
Supera-se Marx. Corre para além.
Na obra teatral, ação mais ação.
Relação.
Uma cena que se forma, a realidade do teatro.
O social e sua ciência.
Homem-sapiência
O sentido que o ator dá a sua cena
Não se faz só pelo seu lugar no palco.
O ator e seus valores.
A cultura, a religião, a política.
O monólogo da sua crítica.
Possibilidades múltiplas de ser ou não ser.
Na atuação arquetípica
O tipo ideal.
A referência a ser eliminada.
O que se anda se marca.
Uma escrita sem rubrica. Sem lei.
Dinâmica da cena.
Individual sistema.
De que me adianta saber o todo,
Se não se sabe quem compõe o bolo?

Fração de segundo.
Cai o pano.
Descobre-se o mundo.

(Início do primeiro ato.)

- Herculano, quem te fala é uma morta.

José Eduardo Adami de Jesus, 1º Direito (noturno)

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