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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Rupturas da Sociologia Weberiana

O alemão Max Weber nasceu em 1864 e morreu em 1920, presenciando, dessa forma, um contexto extremamente atribulado da história europeia (desde a unificação alemã até a Primeira Guerra Mundial), o qual influenciou diretamente seu pensamento científico.
Weber, em sua obra, cria uma ruptura em relação ao conceito de sociologia presente em Émile Durkheim, pois enquanto Durkheim trabalhava a sociologia no mesmo patamar das ciências naturais, buscando uma total objetividade da mesma, Weber inaugurava o conceito de objetividade possível. Para o sociólogo, seria impossível separar a mínima subjetividade na produção do conhecimento humano, ou seja, para Weber, o cientista social necessitaria buscar ao máximo essa objetividade, mas ela nunca alcançaria a alcançaria em sua totalidade.
Uma segunda ruptura que Weber faz em relação aos conceitos anteriores de sociologia, refere-se à questão da visão evolucionista, teleológica, e determinista. Weber, ao contrário de Comte e Durkheim, não via na história da sociedade uma linha evolutiva. Para o sociólogo seria impossível traçar uma linha de evolução, pontos menos e mais desenvolvidos, rompendo, dessa forma, com a concepção positivista de sociologia. Inaugura-se, então, a sociologia compreensiva, na qual o olhar do sociólogo preconiza cada contexto histórico, cada sociedade, cada fato a ser estudado como algo isolado. Comportamentos padrões e repetições dentro desses contextos seriam inevitáveis, mas, para Weber não seria possível afirmar a existência de uma linha única e inequívoca de evolução. Nesse sentido, surge o primeiro grande conceito da sociologia weberiana, o conceito da sociedade como um feixe inesgotável de fatos, ou seja, o contexto social é infinito, pautado por uma série de possibilidades de análises, e essa série de possibilidade de análises existe porque a realidade social tem como base a ação social. A ação social seria a ação de um indivíduo em relação a outro, na qual aquele que é o agente social espera um determinado resultado do outro indivíduo, mas não tem certeza de que o conseguirá. Portanto, numa sociedade composta por vários indivíduos torna-se impossível determinar qual o comportamento exato dessa mesma. Fica nítido que Max Weber coloca o indivíduo em posição de destaque, e diferentemente de Durkheim e Marx, que consideravam o indivíduo como resultado do meio no qual estava inserido e dos fatos sociais, o sociólogo em questão considera a autonomia dos indivíduos para realizarem as ações sociais.
Por fim, para Weber, o sociólogo exagera e extrapola a realidade ao transformar em conceito aspectos do contexto no qual está inserido. Surge então, o conceito de tipo ideal, sendo um recorte conceitual que o sociólogo faz da realidade para estudá-la. É um instrumento para compreender a sociedade. A sociologia weberiana não aceita que a realidade tenha que se adequar à conceitos produzidos, pois, na verdade, os conceitos surgem da própria dinâmica da sociedade e da análise da realidade.

Letícia Santos 1º ano direito diurno

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